O novo ano agrícola
A agricultura é, sem dúvidas, um dos sectores do país com mais potencialidades para contribuir para o crescimento e desenvolvimento económico e social do nosso País. Entre os recursos naturais que temos avultam as terras, que proporcionam a milhares de famílias a possibilidade de garantirem o sustento e, em muitos casos, de obterem rendimentos, por via da comercialização do que conseguem produzir.
Angola é um país com terras férteis e já no passado o País não tinha necessidade de importar muitos produtos do campo. Quase tudo se produzia em Angola. Nestes tempos em que pretendemos diversificar a economia, importa dar importância especial à produção agrícola, que possa vir a alimentar a indústria transformadora, com vista a diminuirmos progressivamente as importações do que podemos produzir no País.
É, por exemplo, necessário que se apoiem pequenas e médias empresas que no campo querem realizar projectos que podem, verdadeiramente, contribuir para o crescimento económico. É sabido que em vários países do mundo as pequenas e médias empresas têm um peso considerável na economia, pelo que vale a pena apostar, também nós, em unidades de produção privadas dessa dimensão.
Há várias ideias em relação aos incentivos que devem ser dados às pequenas e médias empresas que optam por realizar projectos nas zonas rurais. É preciso que se estudem essas ideias, vindas principalmente de quem tem experiência de trabalho no campo, para que se encontrem soluções que sejam aplicadas em várias áreas do território nacional.
É preciso ouvir os que mais entendem sobre produção agrícola e apoiar os que, de facto, podem fazer coisas boas no campo em prol do desenvolvimento nacional. Há quem, por exemplo, defenda a criação de um banco público especialmente dedicado a apoiar projectos de camponeses e de empresários que realizam actividades nas zonas rurais. É uma ideia que vale a pena ser estudada.
Temos camponeses e empresários com muita experiência nas zonas rurais, mas que não têm capital financeiro para levar a cabo os seus projectos. É necessário que haja alguma forma de financiamento de actividades no campo. É entretanto indispensável assegurar que os financiamentos sejam canalizados para aqueles projectos agrícolas que, de facto, ofereçam garantias de produzir resultados. Devem-se financiar actividades de pessoas, que pela sua idoneidade, experiência e conhecimento, vão realmente garantir em todo o país a produção de bens no campo.
Experiências negativas do passado não devem ser repetidas. Não se deve dar dinheiro, sob forma de crédito, a pessoas que não têm experiência de actividade no campo nem estão interessadas em se envolver no desenvolvimento agrícola. As pessoas que podem dar efectivo contributo ao desenvolvimento rural podem ser identificadas. Que se preste, então, atenção aos angolanos que querem verdadeiramente trabalhar para que o campo seja de novo um grande produtor de muitos bens para consumo interno e para a exportação.
Convém que as autoridades estabeleçam mecanismos de diálogo com as associações de camponeses que existem no País, para que possam concertar ideias sobre a melhor forma de se apoiar os que nas zonas rurais querem tudo fazer para que haja muita produção agrícola e circuitos de distribuição eficientes pelo mercado de produtos do campo.
Procede-se hoje na província do Huambo à abertura do ano agrícola 2017-2018, numa cerimónia que conta com a presença do Presidente da República, João Lourenço. O facto de o Chefe de Estado estar presente na abertura de mais um ano agrícola diz bem da importância que o Executivo atribui ao sector da agricultura, que vai desempenhar um papel importante no processo de diversificação da economia.
Temos camponeses e empresários com muita experiência nas zonas rurais, mas que não têm capital financeiro para levar a cabo os seus projectos. É entretanto indispensável assegurar que os financiamentos sejam canalizados para aqueles projectos agrícolas que, de facto, ofereçam garantias de produzir resultados