Irão alerta EUA para os riscos de comprometer acordo nuclear
O director da agência de Energia Atómica do Irão advertiu ontem os Estados Unidos para os riscos de comprometer o acordo nuclear, entre os quais o de prejudicar os esforços de não proliferação e a posição global de Washington.
Ali Akbar Salehi, que falava numa conferência internacional sobre segurança nuclear, frisou que as recentes posições norteamericanas “ilusórias e negativas” não permitem “augurar nada de bom” em relação ao acordo nuclear iraniano.
Um desfecho negativo era mau para o Irão, mas, sublinhou, “está muito mais em causa para toda a comunidade internacional”.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve pronunciar esta semana um discurso sobre o Irão, no qual se espera que acuse Teerão de não estar a cumprir o acordo de 2015 e anuncie novas sanções contra os Guardas da Revolução, unidade de elite do exército iraniano.
Tais sanções, afirmou hoje um porta-voz do Governo iraniano, iam colocar os Estados Unidos “do lado dos terroristas” do grupo rebelde Estado Islâmico.
Os Guardas da Revolução “são um órgão revolucionário” que “defende o povo [iraniano] e combate os terroristas”, afirmou à imprensa Mohammad Bagher Nobakht.
A Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN), vencedora do prémio Nobel da Paz 2017, pediu na segunda-feira ao governo de Donald Trump que mantenha o acordo alcançado com o Irão sobre o seu programa atómico para “evitar qualquer conflito”.
Donald Trump acredita que o Irão não está a respeitar o “espírito” do acordo nuclear e deve anunciar em breve, dizem fontes relacionadas ao assunto, que não certifica a aplicação pelo Irão dos compromissos assumidos em 2015. O acordo alcançado entre Irão, EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha visa assegurar que as actividades nucleares do Irão tenham um propósito puramente civil.