Atrasos na aplicação preocupam a ONU
Conselho de Segurança manifesta “graves preocupações” com adiamentos persistentes na implementação do pacto
O Conselho de Segurança da ONU manifestou “graves preocupações” sobre os “atrasos persistentes” na aplicação total das disposições do acordo de paz entre o Governo do Mali e a plataforma e coordenação dos grupos armados.
Num comunicado, o órgão saudou a assinatura, a 20 de Setembro, pela plataforma e coordenação dos grupos armados, de uma série de compromissos, entre os quais o fim “definitivo e total” das hostilidades e instou os grupos armados a respeitarem “de maneira estrita estes compromissos”, com a adopção de um calendário convincente para a sua aplicação.
O Conselho de Segurança sublinhou a necessidade urgente de se fornecer dividendos de paz visíveis e reais às populações do norte do Mali e de se manter a dinâmica do acordo sobre a paz e a reconciliação no Mali, assinado em 2015, e manifestou a intenção de privilegiar de maneira exclusiva a aplicação deste acordo na sua próxima visita à região do Sahel.
O Conselho de Segurança da ONU convidou todas as partes em conflito a porem termo às violações dos direitos humanos e abusos, e encorajou o Governo maliano a continuar esforços no quadro do combate à impunidade, com o apoio da Missão Multidimensional Integrada da Organização das Nações Unidas para a Estabilização no Mali (MINUSMA).
Sobre a situação de segurança no Mali e a ameaça colocada pelo terrorismo e os crimes transnacionais organizados na região do Sahel, o Conselho de Segurança indicou que os esforços a serem desdobrados pela força do Grupo dos cinco Estados (G5S) do Sahel para conter as actividades dos grupos terroristas e outros grupos criminosos organizados, vão contribuir para criar um ambiente mais estável na região e ajudar a MINUSMA a estabilizar o país.
O G5S é um quadro institucional de coordenação e acompanhamento da cooperação regional em matéria de políticas de desenvolvimento e segurança, criado em 2014 por cinco estados do Sahel, Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Niger e Chade.
Autoridades do Mali e vários grupos rebeldes assinaram compromissos, entre os quais o fim “definitivo e total” das hostilidades, mas tardam em implementar as disposições do acordo de paz