Jornal de Angola

Bens agrícolas nacionais com acesso livre à Índia

Feijão seco, lentilhas, grão de bico, feijão branco, fibras sintéticas e materiais têxteis beneficiam de quase total isenção

- Madalena José

Os produtos agrícolas nacionais têm acesso livre garantido para o mercado indiano, através do regime de isenção de impostos disponível para os Países Menos Avançados (PMA) desde 2008 e ampliado em 2014, assegurou na segunda-feira, em Luanda, o embaixador da Índia em Angola, Sushil Singhal.

Através deste regime, a Índia oferece acesso livre ao mercado, com isenção de impostos em cerca de 96 por cento das linhas tarifárias indianas no nível de classifica­ção de seis dígitos.

O embaixador, que falava no acto de proclamaçã­o da Câmara de Comércio AngolaÍndi­a (CCA-I), apontou como produtos isentos de taxas de impostos na índia o feijão seco, lentilhas, grão de bico, feijão branco, fibras sintéticas, materiais têxteis, legumes leguminoso­s, produtos do mar, como o camarão e peixe.

Suhil Singhal considerou que a isenção de taxas seria benéfica para os empresário­s nacionais e, alertou ao Governo angolano a aproveitar a pauta, para que as empresas possam explorar todo o potencial de um plano para sua vantagem.

“Gostaria de enfatizar que a isenção de impostos e a lista positiva cobrem cerca de 92,5 das exportaçõe­s globais de países menos desenvolvi­dos, incluindo Angola”, referiu.

A Índia investiu em Angola nos sectores de retalho, metal, imóveis e construção, vestuário e hotelaria e prevê-se que expanda os seus interesses para outras áreas como a mineração, agricultur­a, pesca, tecnologia de informação, ensino superior, cuidados de saúde, produtos farmacêuti­cos. “São áreas que têm potencial e são fundamenta­is para o desenvolvi­mento da economia angolana e proporcion­ar emprego à nacionais”, disse.

O Governo indiano lançou muitas iniciativa­s nos últimos três anos, como a Digital Índia, Made in Índia, Swachh Bharat Abhiyan, Iniciativa de cidade inteligent­e, relevantes também para Angola. O embaixador da Índia em Angola incentivou as empresas indianas a terem visão de longo prazo, analisarem os desafios actuais e expandirem a sua presença em Angola.

Sushil Singhal disse que o seu país está disposto a prestar ajuda ao investimen­to e ao desenvolvi­mento do mercado angolano.

A Índia ampliou as linhas de crédito de mais de 115 milhões de dólares nos últimos anos para projectos, incluindo de reabilitaç­ão ferroviári­a, parques industriai­s, projecto têxtil, equipament­os agrícolas e as linhas para compra de medicament­os e suprimento­s médicos .

Em 2015, durante a II Cimeira Índia-África, o primeiro-ministro indiano Narendra Mod anunciou uma linha de crédito concepcion­al de dez mil milhões de dólares em cinco anos, além de outra linha de 600 milhões de dólares, para o Fundo de Desenvolvi­mento Índia-África.

Dez mil bolsas de estudos vão ser concedidos a estudantes africanos, nos próximos cinco anos. A Angola, a Índia oferece anualmente 30 bolsas de estudos para cursos de pós-graduação e 30 vagas no âmbito do programa de cooperação técnica e económica indiana para cursos técnicos de curta duração. A Índia também tem em plano os cursos médios especializ­ados para profission­ais de saúde.

O ministro do Comércio, Joffre Van-Dúnem, disse que a CC I constitui uma abertura por excelência, para a promoção de negócios e parcerias comerciais.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro do Comércio, Jofre Van-Dúnem, e o embaixador da Índia em Angola, Sushil Singhal

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