Cabinda quer estruturas para a transformação
A campanha agrícola 2017/2018 na província de Cabinda vai envolver 42 mil famílias e 200 pequenos empresários, tendo como previsão alcançar uma produção de 500 mil toneladas de produtos diversos nos sectores camponês e privado.
O objectivo é tirar melhor partido do clima tropical húmido e das terras aráveis propícias à cultura de diversos produtos na estação seca e chuvosa e transformar a agricultura na principal alavanca de desenvolvimento da província e do bem-estar social da sua população.
Para isso, as autoridades elegeram a agricultura como uma das apostas para o combate à fome e à pobreza, além de uma via para diversificar a economia local com a implementação de projectos que visem produzir em grande escala a mandioca, batata, ginguba, milho e feijão, entre outros produtos.
Neste ano agrícola estão disponíveis 30 toneladas de adubo, 500 enxadas e igual quantidade de catanas e pás. Devido à escassez de meios de produção, apenas 600 hectares de terreno foram mecanizados pelo sector privado e 54 hectares preparados manualmente pelos camponeses.
Para relançar as principais culturas da região e melhorar a renda familiar nas comunidades, está a ser implementado o Programa Especial de Desenvolvimento Rural, com o envolvimento de 34 mil famílias, agrupadas em associações de camponeses e cooperativas agrícolas.
Supervisionado pelo Instituto de Desenvolvimento Agrária (IDA), o programa inscreve, entre outras medidas, a subvenção dos custos de factores de produção, preparação de terras e a garantia da assistência técnica.
O secretário provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural afirma que a ideia é regressar aos tempos em que na província o sector camponês produzia cerca de um milhão e 300 mil toneladas de produtos diversos por ano, ao passo que no sector industrial privado a produção ultrapassava as 300 mil toneladas anuais. "São diferenças consideráveis, quando ainda vivemos dificuldades no domínio energético e na carência de financiamentos que dificultam o arranque na província de projectos de grande dimensão que sustentem a produção de milho, feijão, ovos, frangos e porcos em grande escala", disse.
João Tati Luemba defende a necessidade urgente de infraestruturas agro-industriais para transformar alguns produtos excedentes provenientes da actividade campesina, como a mandioca, banana, laranja, dendém e abacaxi.