Secretários de Estado são hoje empossados
O comunicólogo Celso Malavoloneke foi ontem nomeado secretário de Estado da Comunicação Social, substituindo no cargo o jornalista e jurista Manuel da Conceição. A arquitecta Ângela Mingas também foi nomeada
O Presidente da República, João Lourenço, nomeou 49 secretários de Estado dos diferentes departamentos ministeriais e um secretário adjunto do Conselho de Ministros. De acordo com a Casa Civil do Presidente da República, os nomeados tomam hoje posse no Salão Nobre do Palácio Presidencial. Para secretário de Estado da Comunicação Social, o Chefe de Estado nomeou Celso Domingos José Malavoloneke. Outras caras novas no Executivo liderado por João Lourenço são as de Ruth Madalena Mixinge, nomeada para o cargo de secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, e da arquitecta Ângela Cristina de Branco Lima Rodrigues Mingas, que foi indicada para o cargo de secretária de Estado para o Ordenamento do Território. Manuel José da Costa Molares D’Abril foi nomeado para o cargo de secretário de Estado da Construção e o até então embaixador naTurquia, José Guerreiro Alves Primo, é agora secretário de Estado da Hotelaria e Turismo.
Os Estados Unidos elogiam as medidas anunciadas pelo Executivo angolano de garantir mais abertura, transparência e a melhoria do ambiente de negócios, para atrair investimentos privados, principalmente americanos.
De acordo com a embaixadora cessante dos Estados Unidos em Angola, Helen La Lime, que esteve ontem no Palácio Presidencial para se despedir do Presidente da República após três anos de missão em Angola, medidas como o combate à corrupção interessam os Estados Unidos e encorajam o sector privado, incluindo os bancos norte-americanos e outros bancos correspondentes.
“O trabalho tem de ser feito por Angola, que tem toda a necessidade de se tornar mais atractiva para o sistema bancário americano e internacional”, disse a diplomata, referindo-se ao restabelecimento de relações com as instituições financeiras angolanas no sentido destas voltarem a obter divisas das suas congéneres norte-americanas. “Estou convencida de que as novas autoridades angolanas tudo vão fazer para que os dólares voltem a circular em Angola”, acrescentou.
O Presidente da República declarou um combate cerrado à corrupção e à impunidade, pelo “impacto negativo directo na capacidade do Estado e dos seus agentes executarem qualquer programa de governação” e exortou todo o povo “a trabalhar em conjunto para extirpar esse mal que ameaça seriamente os alicerces” da sociedade angolana.
Durante a tomada de posse, os três ministros de Estado, 28 ministros e 18 governadores provinciais juraram fidelidade à nação e comprometeram-se, diante do Presidente da República, a combater a corrupção e o nepotismo, além de se absterem de práticas e actos que lesem os interesses do Estado, sob pena de serem responsabilizados civil e criminalmente.
O Presidente da República quer igualmente transparência na actuação dos serviços e dos servidores públicos, bem como o combate ao crime económico e à corrupção que grassa em algumas instituições e disse tratar-se de uma importante frente de luta a ter seriamente em conta, na qual todos têm o dever de participar.
“O discurso de combate à corrupção que o Presidente da República está a fazer é muito importante e estamos a realçar isso para Washington”, disse Helen La Lime, sublinhando que um ambiente propício está a ser criado e que gostaria de ver mais presença do sector privado norteamericano em Angola. “Temos feito muito nos últimos três anos, mas é preciso continuar a fazer mais”, disse a diplomata realçando a disponibilidade das autoridades angolanas em reforçar a cooperação.
Parceria privilegiada
A diplomata, que antes da vinda a Angola foi directora do Comando Militar dos Estados Unidos para África, onde foi responsável pelos programas de cooperação militar, realçou igualmente o papel de liderança de Angola na região e destacou o interesse dos Estados Unidos na concretização das acções constantes no memorando de entendimento assinado em Maio, nos Estados Unidos, pelo então ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, e o secretario norte-americano da Defesa, James Mattis.
O documento abriu o caminho para uma cooperação mais sólida com Angola e marcou o início da construção de uma parceria de longo prazo assente no respeito mútuo e que inclui, como prioridade,s a partilha de informações, formações de oficiais, visitas regulares entre as chefias militares de ambos os países e mecanismos de informações sobre missões de paz.
Helen La Lime lembrou que Angola é um parceiro privilegiado para os Estados Unidos. Esta mesma visão foi manifestada pelo Presidente da República, no seu discurso de tomada de posse, no dia 26 de Setembro, em que, além dos Estados Unidos, apontou como parceiros importantes a República Popular da China, a Rússia, o Brasil, a Índia, o Japão, a Alemanha, a Espanha, a França, a Itália, o Reino Unido, a Coreia do Sul e outros parceiros que respeitem a soberania angolana.
Embaixadora cessante dos Estados Unidos disse estar convencida de que as novas autoridades angolanas tudo vão fazer para que os dólares voltem a circular em Angola