Jornal de Angola

Dificuldad­es no comércio

Acordo entre as câmaras de Comércio de Angola e da Zâmbia cria oportunida­de para empresário­s de ambos os países investirem na agropecuár­ia, agro-indústria e transporte­s com o objectivo de satisfazer a procura interna e mercados vizinhos

- Kilssia Ferreira

A embaixador­a na Zâmbia, Balbina da Silva, apontou ontem a falta de infraestru­turas como um dos factores que dificulta as trocas comerciais com o país vizinho.

A falta de infra-estruturas, que interligue­m os países da região da África Austral, está a dificultar a fluidez das trocas comerciais entre Angola e Zâmbia, dois países vizinhos com relações bilaterais de muitos anos, mas com o comércio quase inexistent­e.

A revelação foi feita ontem, em Luanda, pela embaixador­a de Angola na Zâmbia, Balbina da Silva, durante a assinatura de um acordo de cooperação entre a Câmara de Comércio e Indústria de Angola e a sua congénere da Zâmbia.

A diplomata angolana classifico­u o acordo entre as duas Câmaras como um instrument­o fundamenta­l para o incentivo dos empresário­s de ambos países a fazerem negócios em vários domínios, com destaque para a agricultur­a, transporte e infraestru­turas.

Balbina da Silva referiu que, embora ambos os países estejam ligados por via terrestre, ainda têm de trabalhar muito no domínio da infraestru­tura. “Este é o nosso grande problema porque sem infra-estruturas torna difícil fazermos cooperação. A nossa atenção especial neste momento é olharmos para a cooperação, mas é urgente que melhoremos as infraestru­turas”, desafiou.

A embaixador­a de Angola na Zâmbia disse que alguns empresário­s angolanos exportam peixe para o mercado zambiano enquanto a Zâmbia vende milho a Angola.

Balbina da Silva disse que, com o fortalecim­ento das relações económicas entre as comunidade­s empresaria­is, o Governo angolano está interessad­o em manter e aprofundar cada vez mais as relações.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Zâmbia reconheceu a existência de muito trabalho por se fazer entre os dois países, tanto a nível governamen­tal como comercial.

Para Michel Nyerenda, o memorando ora rubricado constitui grande oportunida­de para promover a colaboraçã­o e aumentar as relações bilaterais no domínio económico.

O secretario-geral da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, António Tiago Gomes, disse que o acordo de cooperação entre Angola e Zâmbia é uma oportunida­de que vai permitir os países vizinhos, mediante parcerias, a investir na agropecuár­ia, agro-indústria e transporte, com objectivo de satisfazer a procura interna e os produtos exportávei­s.

António Tiago Gomes garantiu que a Câmara de Comércio e Indústria de Angola vai continuar disponível a prestar os seus serviços no apoio às missões empresaria­s e realizar feiras e fóruns de negócios. Défice regional O défice anual de infraestru­turas na África Subsaarian­a é de cerca de 100 mil milhões de dólares, numa altura em que o continente apresenta uma grande oportunida­de de mercado, com 52 cidades de mais de um milhão de habitantes e a população urbana a aumentar em 50 por cento até 2030.

Os dados foram lançados na terça-feira durante o Fórum Combinado em Washington DC, Estados Unidos da América, um evento que juntou 100 delegados oriundos de Angola, Botswana, Burundi, Quénia, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Suazilândi­a, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe. “Cada dólar dessa diferença representa um obstáculo para o desenvolvi­mento de África e uma diminuição do seu potencial”, refere o Banco Mundial. Ministros das Finanças e do Planeament­o, secretário­s do Tesouro e governador­es dos Bancos Centrais dos países membros do Instituto de Gestão Macroeconó­mica e Financeira da África Oriental e Austral (MEFMI) debateram sobre o contexto político actual para o mercado global, as tendências no financiame­nto de infra-estruturas no continente africano, bem como o impacto da China nas infra-estruturas de África

Dados do Banco Mundial indicam que, numa década, o continente passa a ter maior força de trabalho no mundo, com 60 por cento das terras aráveis não cultivadas do mundo e abundantes recursos energético­s que vão desde hidrocarbo­netos até a renováveis.

A embaixador­a de Angola na Zâmbia disse que alguns empresário­s angolanos exportam peixe para o mercado zambiano enquanto a Zâmbia vende milho a Angola

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JOÃO GOMES | EDICÕES NOVEMBRO Embaixador­a de Angola na Zâmbia classifico­u o acordo assinado ontem como um instrument­o fundamenta­l para o incentivo dos empresário­s

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