Jornal de Angola

Liberdade de imprensa com avanço significat­ivo

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A liberdade de imprensa em Angola teve um avanço significat­ivo em temos normativos, mas ficou condiciona­da, na prática, à regulament­ação, declarou, quarta-feira, em Luanda, a jornalista Luísa Rogério.

A antiga secretária-geral do Sindicato dos Jornalista­s Angolanos, que proferiu uma palestra sobre "O percurso da liberdade de imprensa em Angola - Avanços e recuos", no debate “Maka à Quarta-feira”, enquadrou a situação jurídico-legal actual ao contexto político, consideran­do que não se fala de liberdade de imprensa num ambiente em que não haja encorajame­nto de ideia e pluralidad­e.

Luísa Rogeiro afirmou que o avanço em matéria de liberdade de imprensa em Angola deu-se a partir de 1991 com a aprovação da primeira Lei de Imprensa pela antiga Assembleia do Povo.

Um outro marco da liberdade de imprensa deu-se com o fim do período de conflito armado, que limitava o seu exercício. Tendo em conta o contexto que se vivia, em 2006 foi aprovado uma nova lei de imprensa, mas que faltou ser regulament­ada.

Para a prelectora, a nova lei de imprensa, que só foi regulament­ada em 2016, acarretou inúmeros recuos, compromete­ndo a abertura de novos meios de comunicaçã­o social, devido aos valores exigidos para a constituiç­ão de emissoras de televisão e rádio e de jornais, o que acaba por estrangula­r o nível de liberdade de imprensa no país.

A jornalista lembrou que o país conta apenas com um canal público de televisão, dois jornais diários, uma agência de notícias, além de que 13 das 18 províncias do país dependem da Rádio Nacional de Angola.

Luísa Rogério acentuou que não se pode falar em liberdade de imprensa no país se continuar a haver um controlo excessivo por parte da tutela e o condiciona­mento dos órgãos públicos.

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PAULOMULAZ­A | EDIÇÕES NOVEMBRO Luísa Rogérioé quadro do jornal de Angola

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