Militares das FAA estudam nos EUA
Embaixadora cessante dos Estados Unidos abordou com o ministro da Defesa Nacional a aplicação do memorando
A embaixadora americana, Helen La Lime, admitiu ontem a possibilidade de militares angolanos serem formados em universidades dos Estados Unidos. A formação pode ser concretizada em Janeiro de 2018.
Autoridades americanas e angolanas estudam a possibilidade de militares nacionais serem formados em universidades americanas nos próximos anos. A decisão para a concretização desta acção deve ser conhecida em Janeiro de 2018, segundo embaixadora americana, Helen La Lime, ontem, em declarações à Angop no final de uma audiência com o ministro da Defesa Nacional, Salviano Sequeira, durante a qual foi avaliado o grau de implementação do Memorando de Entendimento no domínio militar rubricado em Maio este ano, em Washington.
Durante o encontro com o ministro da Defesa Nacional, Helen La Lime disse que trataram de questões ligadas à vinda a Angola de especialistas americanos, entre os meses de Novembro e Janeiro de 2018, para determinar com as autoridades angolanas, as áreas específicas de cooperação no domínio militar.
A chefe de missão diplomática americana considera uma oportunidade “muito importante” a formação de militares angolanos em universidades americanas por terem um sistema rico de formação, juntarem pessoas de todo o mundo e oferecerem formação de alto nível. Além disso, a diplomata referiu que a formação de militares angolanos no seu país será um grande benefício para Angola e para o desenvolvimento das suas forças armadas.
Helen La Lime disse acreditar no potencial dos militares angolanos, a quem, recomenda ter domínio da comunicação na língua inglesa e de uma especialidade. A embaixadora americana afirmou que Angola tem forte cooperação militar com outros parceiros, daí a necessidade de se determinarem áreas específicas para uma cooperação mais intensa e profícua que corresponda às necessidades da defesa angolana.
O Memorando de Entendimento para a cooperação no domínio militar foi rubricado, pelo então ministro da Defesa Nacional, o actual Presidente da República, João Lourenço, prevê o intercâmbio nos domínios da segurança marítima, formação, acesso a equipamentos, manutenção de paz e ensino da língua inglesa.
O documento abriu o caminho para uma cooperação mais sólida com Angola e marcou o início da construção de uma parceria de longo prazo assente no respeito mútuo e que inclui, como prioridade,s a partilha de informações, formações de oficiais, visitas regulares entre as chefias militares de ambos os países e mecanismos de informações sobre missões de paz. A diplomata esteve quinta-feira no Palácio Presidencial da Cidade Alta a despedir-se do Presidente da República, João Lourenço, depois de três anos de missão em Angola.
Antes, Helen La Lime foi directora do Comando Militar dos Estados Unidos para África, onde foi responsável pelos programas de cooperação militar, realçou igualmente o papel de liderança de Angola na região e destacou o interesse dos Estados Unidos na concretização das acções constantes no memorando de entendimento.
Helen La Lime lembrou que Angola é um parceiro privilegiado para os Estados Unidos. Esta mesma visão foi manifestada pelo Presidente da República, no seu discurso de tomada de posse, no dia 26 de Setembro, em que, além dos Estados Unidos, apontou como parceiros importantes a República Popular da China, a Rússia, o Brasil, a Índia, o Japão, a Alemanha, a Espanha, a França, a Itália, o Reino Unido, a Coreia do Sul e outros parceiros que respeitem a soberania angolana.
A diplomata esteve igualmente no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos para “conhecer a nova equipa de trabalho do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, continuar a dialogar sobre a situação dos direitos humanos e a problemática do tráfico de pessoas”. “Estamos juntos nisso. Por isso temos ajudado, mandando equipas angolanas para os Estados Unidos aprenderem como lidamos com a situação", salientou.
Diplomata considera oportunidade “muito importante” a formação de militares angolanos em universidades americanas, em função do nível das instituições