Fábricas de produtos têxteis estão sob avaliação técnica
Comissão vai proceder a um diagnóstico das três unidades industriais recuperadas com um financiamento do Estado de 1200 milhões de dólares para se assegurar do seu aproveitamento produtivo no quadro das decisões tomadas pelo Governo
Uma comissão técnica nomeada pelo Governo de Angola vai avaliar a situação das três fábricas têxteis recuperadas e cujas concessões a empresas privadas foram revogadas, ao abrigo de um despacho conjunto dos ministros da Economia, Indústria e Finanças.
O despacho conjunto adianta que a comissão vai proceder a um diagnóstico das três unidades industriais recuperadas com um financiamento do Estado de 1200 milhões de dólares “a fim de assegurar o seu imediato aproveitamento produtivo no quadro das decisões tomadas pelo governo.”
A comissão técnica, que tem de preparar um relatório “com uma posição unânime e objectiva sobre as indústrias têxteis”, vai ser coordenada por Vicente Leitão, presidente da sociedade pública Recredit, integrando ainda a presidente do Instituto para o Sector Empresarial Público, Henda Inglês, e o directorgeral do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA), Dário Camati.
A revogação das concessões foi alvo de três despachos assinados pela ministra da Indústria, Bernarda Martins, com o argumento de que o Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola “carece de competência” para atribuir os direitos de superfície às empresas privadas, ao abrigo da Lei de Terras de 2004 e respectivo regulamento.
Um termo de entrega e promessa de concessão de direitos de superfície, assinado em Setembro 2013, entregava uma parcela de 90 mil metros quadrados no Cuanza-Norte à Sociedade Mahinajethu, de 167 mil metros quadrados, em Benguela, à Alassola, e de 140 mil metros quadrados no Cazenga, em Luanda, à Nova Textang II.
Das três unidades fabris, a Nova Textang II iniciou, em Fevereiro, a produção e comercialização de tecido, tendo a África Têxtil começado recentemente a exportação de fio de algodão, com o envio para Portugal de 15 contentores contendo 156 toneladas de produto.
Unidades já em produção
Um total de 250 mil metros lineares de tecido são produzidos mensalmente na nova fábrica da Textang II, no município do Cazenga, em Luanda, disse ontem o presidente do conselho executivo da instituição.
O projecto, que começou com a montagem de equipamentos em 2014, está avaliado em 234 milhões de dólares e garante emprego directo a 300 trabalhadores nacionais (jovens dos 18 aos 25 anos de idade). Em funcionamento desde Fevereiro de 2017, a fábrica produz tecidos acabados e, numa primeira fase, trabalha com um turno das 7:30 as 17:40 horas.
O objectivo dos investidores é atingir os 90 por cento da eficácia de produção até ao final do ano, com o enquadramento de pelo menos mil novos trabalhadores para serem distribuídos por três turnos.O presidente do conselho executivo da instituição, Hélder David, disse que o investimento foi feito com a intenção de ter os melhores equipamentos estratégicos de países de tradição têxtil para se ter uma fabrica de classe mundial.
Hélder David explicou que os funcionários foram capacitados e completam um turno, sendo a intenção funcionar 24 horas por dia. Para isso, no primeiro semestre de 2018, pretendem-se atingir os três turnos e contar com mil trabalhadores para aumentar a produção:
“Existem contratos assinados de fornecimento do produto, numa primeira fase com a África do Sul, em 50 por cento, porque a fábrica tem capacidade de produzir cerca de nove milhões lineares de tecido por ano.”
Para o gestor, metade desta quantidade vai ser exportada a outra produção, outra destinada a empresas de confecções no país e em instituições do Estado:
“Sabemos das dificuldades que algumas instituições carecem para suprir as dificuldades essencialmente em uniformes para as Forças Armadas Angolanas, Polícia Nacional, Ministério da educação, hospitais e outros.” Hélder David explicou que a fábrica produz tecidos para confeccionar lençóis, cortinas e uniforme para cobrir necessidades de vários sectores.
Das três unidades fabris em funcionamento, a Textang II produz 250 mil metros lineares de tecido por mês, enquanto a sua congénere de Benguela exportou 150 toneladas de fio para Portugal