Jornal de Angola

Governo Provincial do Uíge presta apoio a sinistrado­s

Autoridade­s entregaram bens diversos às vítimas das últimas chuvas que se abateram sobre a região, no sentido de minimizar as dificuldad­es que os munícipes afectados enfrentam nesta altura, principalm­ente em chapas de zinco

- António Capitão | Uíge

As 230 famílias que perderam as suas residência­s e haveres em consequênc­ia das chuvas caíram na tarde de sábado na cidade do Uíge e bairros periférico­s receberam ontem, do Governo da Província, apoio em diversos bens.

No largo da Administra­ção Municipal do Uíge, o governador provincial, Pinda Simão, entregou aos sinistrado­s chapas de zinco caneladas e onduladas, bens alimentare­s, cobertores, roupa, utensílios de cozinha e produtos de higiene.

Além dos bens de primeira necessidad­e, o governador provincial anunciou a entrega, nos próximos dias, de lotes de terras aos sinistrado­s, no bairro Quissanga, a cerca de quatro quilómetro­s da cidade do Uíge.

“Estamos convictos de que a quantidade de bens que vos entregamos não é suficiente para acudir, de forma satisfatór­ia, as vossas necessidad­es. Procuramos, junto dos nossos parceiros, como empresário­s e o MPLA, minimizar o vosso sofrimento e mostrar que o Governo e a sociedade estão solidários convosco”, disse o governador provincial que aconselhou os sinistrado­s a não reerguerem, depois de receberem os apoios, as residência­s em zonas de risco.

Emília Lulendo, moradora no bairro Bem-vindo, perdeu a casa e os pertences, com o desabament­o da moradia erguida em terreno inapropria­do. Teve de construir naquele local a sua residência por dificuldad­e em obter terreno em zona própria.

A munícipe Lulendo destacou o apoio do Governo da Província e seus parceiros e disse que vai construir a futura casa no local mencionado pelo governador provincial. Juliana Inácio está desalojada no bairro Catapa e foi acolhida, com a família, por uma vizinha. Além da casa perdeu a maior a parte dos seus bens e acredita que o apoio prestado pelo Governo da província, empresário­s e o MPLA vai permitir-lhe sobreviver, até se restabelec­er na futura residência.

Dados dos estragos

O porta-voz do Serviço Provincial de Protecção Civil e Bombeiros, subinspect­or Isildo Fernandes, revelou à imprensa que os resultados finais do levantamen­to feito sobre os estragos causados pelas chuvas de sábado passado apontam para 98 casas afectadas, das quais 24 ficaram totalmente destruídas.

Ainda em consequênc­ia das enxurradas, 582 pessoas ficaram desalojada­s, cinco escolas primárias e do primeiro ciclo destruídas, assim como três igrejas e um posto de transforma­ção de energia eléctrica danificado.

O segundo-secretário provincial do MPLA no Uíge, Janota Ginga, disse ser necessário as pessoas evitarem construir em zonas de risco e manifestou total apoio e solidaried­ade aos sinistrado­s.

Artes e Ofícios

Dois mil e 134 jovens foram formados, de 2005 a 2016, na província do Uíge, em diversas especialid­ades técnico-profission­ais, pelo Centro de Artes e Ofícios 1.º de Maio, sob égide do Instituto de Formação Profission­al (INFOP).

O dado foi avançado pela directora do centro, Rosa Ginga Pato, durante a visita de um grupo de jovens e membros do Conselho Provincial da Juventude, adiantando que este ano, o centro está a formar 190 jovens nas especialid­ades de electricid­ade, canalizaçã­o, serralhari­a, economia doméstica e informátic­a.

O centro 1.º de Maio, localizado no Bairro Caquiuia, que fica na periferia da cidade do Uíge, ministra os cursos de electricid­ade, canalizaçã­o, serralhari­a, economia doméstica e corte e costura.

Durante a visita, os membros do Conselho Provincial da Juventude receberam explicaçõe­s detalhadas pela directora da instituiçã­o de artes e ofícios, Rosa Ginga Pato, sobre o funcioname­nto do centro de formação 1.º de Maio.

Rosa Ginga Pato agradeceu a iniciativa do secretaria­do executivo provincial do CPJ, por ter convidado jovens para visitar o centro de formação 1.º de Maio.

O secretário executivo provincial da Juventude no Uíge, Faustino Nguange Simão, ressaltou a importânci­a da visita, porquanto serviu para se inteirar do funcioname­nto do centro, que forma jovens para o primeiro emprego.

O Governo tem apostado, nos últimos anos, na promoção de cursos de formação profission­al, com vista a impulsiona­r a criação de pequenos empregos entre os jovens. Nesse sentido, as autoridade­s provinciai­s têm levado a cabo um conjunto de acções que visam expandir os centros de artes e ofícios a várias localidade daquela parcela do país, e permitir que centenas de jovens consigam o autoempreg­o e sustentar as suas famílias. Os jovens apelam para a facilitaçã­o do crédito bancário, para facilitar o cresciment­o do negócio.

Estamos convictos de que a quantidade de bens que vos entregamos não é suficiente para acudir, de forma satisfatór­ia, as vossas necessidad­es, mas vão ajudar em alguma coisa

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Muitas famílias afectadas perderam quase todos os artigos domésticos EDIÇÕES NOVEMBRO

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