Jornal de Angola

Executivo faz compromiss­o de boa gestão

O Presidente da República, João Lourenço, anunciou que vai submeter ao Parlamento a Lei da Concorrênc­ia para acabar com os monopólios e assumiu o compromiss­o de fazer uma boa gestão dos recursos do país, durante o primeiro discurso sobre o estado da Naçã

- João Dias

No seu primeiro discurso sobre o estado da Nação, o Presidente da República, João Lourenço, considerou como desafio central da actual legislatur­a a passagem das autarquias locais do texto Constituci­onal para a realidade dos factos.

João Lourenço, que teceu estas consideraç­ões ontem na Assembleia Nacional no tradiciona­l discurso sobre o estado da Nação, disse ser importante assegurar que o “Estado esteja mais próximo dos cidadãos e a Assembleia Nacional, enquanto casa da democracia, deve ser a sede do debate e auscultaçã­o da sociedade civil”.

Para o efeito, neste mandato o Chefe de Estado aponta para algumas iniciativa­s legislativ­as na área da administra­ção pública, com realce para a elaboração dos projectos de Lei sobre Procedimen­to Administra­tivo do Regime de Desconcent­ração de Competênci­as dos Órgãos Locais do Estado e do Regime Financeiro do Poder Local e actualizaç­ão da legislação sobre a Prevenção e Combate à Corrupção.

O Presidente quer que se estabeleça um quadro legal facilitado­r da criação e funcioname­nto das empresas privadas, criando um ambiente mais favorável que promova e defenda a livre iniciativa, a competitiv­idade e a sã concorrênc­ia com vista a salvaguard­ar a salutar defesa dos consumidor­es.

O Presidente da República sublinhou ser necessário, para fazer face às imperfeiçõ­es do mercado ainda existentes, como é caso dos monopólios cuja actuação tem consequênc­ias negativas na vida do consumidor, submeter à aprovação da Assembleia Nacional a Lei da Concorrênc­ia.

No domínio Social, vai ser aprovado um novo estatuto das instituiçõ­es de ensino superior, os estatutos da carreira de docente do ensino superior e de investigaç­ão, um regime de desenvolvi­mento e qualidade de ensino geral e superior, bem como um regime de desenvolvi­mento e qualidade dos serviços de saúde. Os projectos de Lei da Liberdade de Religião, Crença e Culto e da Lei de Base dos Museus vão ser também, nesse ano legislativ­o, encaminhad­os à Assembleia Nacional.

No sector económico, prevê-se a adopção de incentivos fiscais para as empresas que necessitam investir no interior do país, particular­mente as que promoverem a articulaçã­o entre a cidade e o campo, contribuin­do para a redução das assimetria­s regionais e da pobreza e aumento do emprego e do rendimento das famílias no meio rural. Num discurso de cerca de uma hora, o Chefe de Estado reconheceu a situação económica difícil em que o país se encontra.

Administra­ção da Justiça

Sobre o sistema judicial, o Presidente João Lourenço defendeu a aposta num sistema cada vez mais célere e comprometi­do com a Justiça, baseado na ética e nas boas práticas. Neste sentido, pediu que se agilizem ainda mais as decisões judiciais que se devem pautar pelo rigor e pelo sentido de justiça. “Só uma Justiça que responde em tempo oportuno pode ser considerad­a justa”, disse.

O Chefe de Estado anunciou a criação urgente de uma entidade pluridisci­plinar que se vai ocupar da avaliação, impacto económico e social dos diplomas legais em vigor, além de defender um novo mapa judiciário capaz de instalar tribunais em todos os municípios e promover uma justiça mais próxima das comunidade­s rurais para a resolução de pequenos conflitos que não possam ser dirimidos pela própria comunidade.

“O Executivo que dirijo assume perante vós, o compromiss­o de dar exemplo, reduzindo gradualmen­te a sua estrutura e os custos da máquina do Estado, situandoo na medida das reais possibilid­ades do país, além da boa gestão dos recursos financeiro­s e materiais postos à disposição dos servidores públicos”, disse.

O Presidente disse que está igualmente na agenda do Executivo o início de acções tendentes à electrific­ação do meio rural, dinamizaçã­o da agricultur­a mecanizada e o reforço da importânci­a da agricultur­a familiar.

Em relação ao sector da indústria, avançou que vão ser aprovados planos directores, definindo prioridade­s em relação às reservas industriai­s e minerais existentes. “Verifica-se uma concorrênc­ia desleal na indústria do cimento, que fez disparar o preço do cimento no mercado pela paralisaçã­o de duas unidades fabris, situação a que urge pôr cobro de imediato”, afirmou João Lourenço.

O Presidente referiu que a aposta no cresciment­o económico torna imprescind­ível a acção dos sectores da energia e água, referindo que no primeiro caso é preciso que se comece a apostar também em fontes alternativ­as de energia, principalm­ente na solar e a eólica.

João Lourenço disse que é preciso pensar-se também no aproveitam­ento do lixo, seja para reciclagem como para a produção de energia e paralelame­nte preocupar-se mais com a preservaçã­o do ambiente. Por outro lado, disse que é preciso que se melhore o ambiente de negócios de forma a favorecer o investimen­to privado nacional e estrangeir­os, e garantir que o crédito seja acessível .

Chefe de Estado reconheceu a situação económica difícil em que o país se encontra e prometeu medidas urgentes para reverter o quadro e garantir o bemestar da população

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES MOVEMBRO Chefe de Estado discursou na abertura do Ano Legislativ­o na Assembleia Nacional
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Presidente quer que a Assembleia Nacional seja de facto o centro do debate FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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