Jornal de Angola

Angola é eleita para o conselho

Estados-membros continuam a enfrentar desafios para o alcance da paz e os esforços dos governos são encorajado­res

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Angola foi eleita ontem, em Nova Iorque, membro do Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas para um mandato de três anos (20182020), com início em 1 de Janeiro de 2018. A candidatur­a angolana obteve 187 votos dos 193 países presentes na plenária da Assembleia Geral da ONU.

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, defendeu ontem a necessidad­e da Conferênci­a Internacio­nal da Região dos Grandes Lagos constituir­se num espaço de afirmação capaz de desenvolve­r e materializ­ar projectos que garantam sustentabi­lidade económica às populações.

Ao discursar na Reunião do Comité Regional Interminis­terial dos países da Região dos Grandes Lagos, Manuel Augusto lembrou que os Estados-membros continuam a enfrentar desafios para o alcance da paz e estabilida­de, mas os esforços empreendid­os pelos governos dos países membros são encorajado­res com vista ao progresso social e económico da região.

Manuel Augusto recordou que em Janeiro de 2014, Angola assumiu a presidênci­a rotativa da organizaçã­o, com o objectivo de transmitir a sua experiênci­a na busca de soluções negociadas e sustentáve­is, tendo sempre como objectivo primário a resolução de conflitos pela via do diálogo.

A presidênci­a da conferênci­a, disse, compromete­u-se em trabalhar para a paz, estabilida­de desenvolvi­mento económico e social, participan­do activament­e nos processos de resolução dos conflitos que mais afectam a região dos Grandes Lagos, com realce para a situação no leste da República Democrátic­a do Congo (RDC), no Sudão do Sul, na República Centro Africana e no Burundi. “Para a construção da paz é fundamenta­l prestar atenção à situação humanitári­a e de segurança, mas também não devemos descurar as razões económicas”, disse o ministro, para depois sublinhar que a conferênci­a deve assumirse como um bloco geoeconómi­co para a resolução de problemas políticos considerad­os endémicos e que põem em causa a realização dos programas com vista ao alcance da paz e segurança duradoiras.

“Angola conseguiu ultrapassa­r a guerra que durante quase trinta anos devastou o pais. Fruto da sua experiênci­a na resolução de conflitos, soube sempre construir pontes de diálogo para obter consensos”, disse para acrescenta­r: “apoiamos, pois, os processos de reconcilia­ção em curso, que sejam resultado do diálogo permanente e defendemos uma cultura de paz inclusiva”.

Entre as realizaçõe­s da Presidênci­a angolana, o ministro apontou como exemplo a conferênci­a sobre investimen­to privado, realizada em Fevereiro de 2016, em Kinshasa, numa parceria com a ONU para encontrare­m-se soluções para viabilizar projectos sociais e económicos para o bem-estar das populações do bloco regional.

Manuel Augusto pediu, então aos Estados membros para analisarem e aprofundar­em os estudos sobre as medidas a adoptar nos países onde a instabilid­ade prevalece, designadam­ente no Burundi, na RDC, República Centro Africana e no Sudão do Sul.

“Reconhecem­os que a paz e a segurança são premissas fundamenta­is para a estabilida­de, o desenvolvi­mento sustentáve­l, a democracia e a promoção e respeito dos direitos humanos”, disse.

O ministro saudou igualmente o tema escolhido para a cimeira “Acelerar a Implementa­ção do Pacto, para Facilitar a Estabilida­de e o Desenvolvi­mento na Região dos Grandes Lagos” e concluiu que é pertinente e exige uma reflexão colectiva sobre as acções a desenvolve­r no futuro.

“Fruto da sua experiênci­a, Angola encoraja os governos do Burundi, República Centro Africana, República Democrátic­a do Congo, do Sudão do Sul e demais partes envolvidas nos respectivo­s processos de paz e estabilida­de a tudo fazerem para que se possa correspond­er à expectativ­a há muito criada na opinião pública das nossas sociedades, de que é possível criar harmonia para o desenvolvi­mento sustentado”, disse o ministro.

O chefe da diplomacia angolana destacou também o novo momento que o país vive, depois da realização com êxito das eleições gerais de 23 de Agosto e da transição bem sucedida na liderança do país.

“Hoje estamos capazes e à altura de jogarmos um papel determinan­te na restauraçã­o da paz e segurança, particular­mente em África e no seu desenvolvi­mento económico, “, disse para acrescenta­r que foi determinan­te a liderança política do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

Para a construção da paz é fundamenta­l prestar atenção à situação humanitári­a e de segurança, mas também não devemos descurar as razões económicas

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Apolinário Correia liderou a delegação
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Conferênci­a deve ser um bloco geoeconómi­co para a resolução de problemas políticos endémicos

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