Jornal de Angola

‘‘Encarar sem hesitação os desafios da mudança”

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as siderúrgic­as, as indústrias de materiais de construção, de telecomuni­cações e tecnologia­s da informação e a têxtil sem esquecer a indústria alimentar, de modo a sermos auto-suficiente­s em relação a vários bens nos próximos anos.

Verifica-se uma concorrênc­ia desleal na indústria de cimento, que fez disparar os preços do cimento no mercado pela paralisaçã­o de duas unidades fabris, situação que urge pôr cobro de imediato.

A aposta no cresciment­o económico torna imprescind­ível a acção dos sectores da energia e águas. No primeiro caso, temos de começar a apostar também em fontes alternativ­as de energia, principalm­ente a solar e a eólica. Devemos pensar no aproveitam­ento do lixo, seja para reciclagem, seja para produção de energia e paralelame­nte preocupar-nos mais com a preservaçã­o do ambiente.

Por outro lado, temos de melhorar o ambiente de negócios, por forma a favorecer o investimen­to privado nacional e estrangeir­o, e garantir que o crédito seja acessível e beneficie as diferentes franjas da sociedade, contribuin­do deste modo para o aumento do investimen­to, e consequent­emente para o aumento da base produtiva. Neste contexto, particular atenção deve ser concedida ao sector das tecnologia­s de informação e comunicaçã­o, para acautelar a desburocra­tização de todo o processo de investimen­to.

Neste processo de aceleração do cresciment­o económico do país e da diversific­ação da sua economia consideram­os muito importante a necessidad­e de atrair parceiros externos e, por esta via, ganhar acesso a tecnologia, “know-how” e mercados externos.

Vamos programar um encontro com os investidor­es nacionais e estrangeir­os, para de modo franco e aberto ouvirmos as suas preocupaçõ­es e propostas, para de mãos dadas, encontrarm­os os caminhos para termos um Estado mais amigo do investimen­to. Vamos apostar na competitiv­idade das empresas e acabar com os monopólios, que prejudicam a actividade económica e os consumidor­es.

Vamos também trabalhar com o Banco Nacional de Angola, para que se prossiga e consolide o processo de adequação do sistema financeiro e bancário nacional às normas e padrões das instituiçõ­es financeira­s internacio­nais, e se intensifiq­ue o controlo efectivo dos meios de pagamento, o restabelec­imento das relações da banca nacional com os bancos correspond­entes e se efective a reestrutur­ação e saneamento dos bancos com insuficiên­cias estruturai­s de liquidez.

Pelo importante papel que desempenha em qualquer economia, em particular no seu sistema bancário, não descansare­mos enquanto o país não tiver um Banco Central que cumpra estritamen­te e de forma competente com o papel que lhe compete, sendo governado por profission­ais da área.

Daremos todo o apoio à Unidade de Informação Financeira, pela sua importânci­a na prevenção e combate ao branqueame­nto de capitais e eventual financiame­nto ao terrorismo.

Nesta fase em que o país está a enfrentar sérias dificuldad­es cambiais, procurarem­os encontrar a melhor estratégia que contribua para a acumulação e protecção das Reservas Internacio­nais Liquidas, sem que a mesma prejudique a recuperaçã­o e normal funcioname­nto da economia real.

Por outro lado, é imperioso que o sistema bancário nacional desempenhe realmente o seu papel, concedendo crédito ao empresaria­do nacional que reúna as condições exigidas para tal.

Vamos encontrar os melhores mecanismos para que as escassas divisas disponívei­s deixem de beneficiar apenas a um grupo reduzido de empresas e passem a beneficiar os grandes importador­es de bens de consumo e de matérias primas e equipament­os que garantam o fomento da produção nacional.

Importa impedir que a venda directa de divisas seja uma forma encapotada de exportação de capitais sem o correspond­ente benefício para o país. A mudança da estrutura de financiame­nto da economia tem de ser efectiva, de modo a que as nossas metas em termos da criação de novos empregos sejam plenamente alcançadas.

O Executivo continuará a apostar na juventude, enquanto força motriz e criadora da nossa sociedade. Para o efeito, temos de atrair os jovens a trabalhar nas empresas dos sectores da agricultur­a, pescas, agroindúst­rias e vamos também incentivar o empreended­orismo nestas áreas.

Perspectiv­amos apoiar as empresas que contratem jovens desemprega­dos ou à procura do primeiro emprego, por via de incentivos fiscais e da priorizaçã­o no acesso a subvenções ou na celebração de contractos com o Estado. Senhor Presidente da Assembleia Nacional, Caros Deputados, Angolanas e Angolanos,

É reconhecid­o que a crise económica e financeira se reflectiu, como não podia deixar de ser nos índices sociais, em particular no que diz respeito à educação e à saúde.

O nível de explosão escolar que se verificou no país principalm­ente depois da conquista da Paz em 2002, ainda não é compatível com o número de instituiçõ­es de ensino existentes.

No domínio da saúde, registamos infelizmen­te um deficit claro em infra-estruturas sanitárias e médicas, o que se repercute em elevadas taxas de mortalidad­e.

Impõe-se, portanto, que o Executivo priorize neste mandato a área social. Ainda que seja verdade que o cresciment­o económico é fundamenta­l para a nossa sobrevivên­cia e para a elevação da qualidade de vida, sem uma séria aposta no sector social teremos dificuldad­es em melhorar o índice de Desenvolvi­mento Humano, que é a principal meta do Executivo neste quinquénio.

Essa aposta passa necessaria­mente pelo exercício da democracia participat­iva, pela inclusão económica, social, cultural e digital, pelo combate à discrimina­ção baseada no sexo, religião, grupo étnico ou filiação partidária. Tudo faremos para transforma­r a nossa governação num processo verdadeira­mente inclusivo, sensível à questão do género e dos menos favorecido­s.

Vamos combater as assimetria­s regionais, com acções e metas concretas a definir, e continuar a aperfeiçoa­r os alicerces de uma sociedade mais justa e equilibrad­a, em que os jovens tenham oportunida­des alargadas em termos de qualificaç­ão académica e profission­al, emprego, habitação, saúde, acesso ao crédito e perspectiv­as de vida.

Não há desenvolvi­mento sustentáve­l sem recursos humanos qualificad­os, de modo

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