Justiça está em posse de dados credíveis
A Promotora Nacional Financeira (PNF) da França considerou ontem ter acusações suficientes contra o antigo Presidente Nicolas Sarkozy e seu advogado, Thierry Herzog, para provar que ambos cometeram actos de corrupção e tráfico de influência e os acusa de usarem métodos próprios de especialistas criminosos.
Segundo a acta de acusação, publicada no sábado pelo jornal “Le Monde”, a PNF reuniu provas suficientes para levar Sarkozy aos tribunais por um dos casos pelos quais está acusado, o suposto tráfico de influências revelado por grampos telefónicos.
Os investigadores, que vigiavam o ex-Presidente por outro caso, viram como Sarkozy se beneficiava das influências para obter informações judiciais relacionadas à primeira acusação.
Em troca, segundo a acusação, o ex-presidente prometia usar influência para obter um melhor cargo para um juiz, o ex-magistrado do Supremo Gilbert Azibert, também acusado no caso.
A investigação afirma que Azibert entregou a Herzog uma providência do Tribunal de Apelação de Bordéus que julgava o chamado “caso Bettencourt”, pelo qual Sarkozy foi absolvido.
O telefone do ex-Presidente foi grampeado em Janeiro de 2014 devido ao possível financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007 com dinheiro procedente do antigo Presidente líbio Muammar Kadafi.
Alertado disso, Nicolas Sarkozy passou a usar outra linha para conversar com o advogado, mas também foi grampeada pelos investigadores do caso.