Jornal de Angola

Associação defende mais acesso à justiça

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A Associação Justiça Paz e Democracia (AJPD) defendeu o aprofundam­ento da reforma da justiça e do direito, para se concretiza­r o acesso pleno à justiça, ao exercício pleno da cidadania e materializ­ação da independên­cia dos juízes e procurador­es e da autonomia administra­tiva, financeira e funcional dos tribunais.

De acordo com o oficial de programas da AJPD, António José Ventura, que apresentou o relatório sobre o sector da justiça, direitos humanos e o estado de direito no país, a qualificaç­ão dos recursos humanos é um dos pressupost­os para a melhoria do sistema judiciário angolano.

O relatório, apresentad­o na cidade do Huambo pelo oficial de programas da organizaçã­o, concluiu que a falta de condições de trabalho constitui outro dos problemas que contribuem para a persistênc­ia de certas deficiênci­as no sistema judiciário, sobretudo na justiça penal.

Quanto à composição e qualificaç­ão do pessoal, informou que os salários actuais dos oficiais de justiça são pouco atractivos para incentivar jovens licenciado­s ou mestres a aderirem a estas categorias de funcionári­os dos tribunais.

O oficial de programas da AJPD apontou ainda a escassez de funcionári­os para a demanda processual e a falta de conhecimen­to da cultura e idiomas locais como factores com impacto negativo no funcioname­nto dos tribunais.

O relatório, realizado entre Março de 2013 e Dezembro de 2015, com actualizaç­ões em 2016, refere que a reforma da justiça e do direito tem sido essencialm­ente legalista, sendo insuficien­tes as componente­s administra­tivas, humanas e financeira­s que impulsione­m a aplicação prática das leis aprovadas.

António José Ventura lamentou o facto do direito costumeiro ser constantem­ente violado pelos tribunais, lembrando que a Constituiç­ão reconhece o costume desde que não viole a lei e a dignidade da pessoa humana.

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