Presidente recebe Samakuva
No primeiro encontro entre o Presidente da República, João Lourenço, e o líder da UNITA, Isaías Samakuva, esteve na agenda o combate à intolerância política e a despartidarização do Estado
O Presidente da República, João Lourenço, recebeu ontem no Palácio da Cidade Alta o líder da UNITA, Isaías Samakuva, com quem falou do combate à intolerância política e da despartidarização das instituições públicas para a consolidação do Estado angolano. Em declarações à imprensa à saída do encontro de cerca de uma hora, o presidente da UNITA disse que foi importante o diálogo com o Chefe de Estado para ultrapassar “muitos problemas que não foram resolvidos” no país, como é o caso do processo de desmobilização dos soldados das extintas Forças Militares da UNITA e das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). Isaías Samakuva disse ainda estar aberto ao diálogo para consolidar o Estado de Direito. O Chefe de Estado recebeu ainda em audiência o embaixador da China, Cui Aimin, com quem falou da necessidade de mais investimento privado do gigante asiático para os sectores da agricultura, indústria, saúde e recursos humanos.
O combate à intolerância política e a despartidarização das instituições, para a consolidação do Estado, centralizou a conversa entre o Presidente da República, João Lourenço, e o líder da UNITA, Isaías Samakuva, durante uma audiência, ontem, no Palácio Presidencial.
À saída do encontro, de cerca de uma hora, o presidente da UNITA disse à imprensa que foi importante o diálogo com o Chefe de Estado, como forma de se ultrapassar alguns problemas para o desenvolvimento do país e bem-estar da sociedade.
O líder da UNITA disse ter abordado com o Presidente da República assuntos ligados à consolidação do Estado, “facto que passa pelo combate à intolerância política, à exclusão e a despartidarização das instituições”.
O encontro com o Chefe de Estado angolano, de acordo com o presidente da UNITA, serviu para falar do processo de desmobilização dos ex-militares das extintas Forças Militares da UNITA e das Forças Populares de Libertação de Angola (FAPLA). Embaixador chinês A atracção de mais investimentos privados chineses para o mercado angolano nos sectores da agricultura, indústria, recursos humanos e da saúde esteve ontem, em Luanda, no foco do encontro entre o Presidente da República, João Lourenço, e o embaixador daquele país em Angola, Cui Aimin.
A confirmação foi dada à imprensa pelo diplomata chinês, no final do encontro que decorreu no Palácio Presidencial, em Luanda.
De acordo com Cui Aimin, a audiência concedida pelo Presidente da República também serviu para avaliar o estado da cooperação bilateral no domínio financeiro.
Cui Aimin manifestou o interesse do seu país em impulsionar a parceria existente entre os dois Estados. No quadro da cooperação bilateral, o Governo chinês concedeu várias linhas de crédito a Angola através de bancos estatais de investimento. A primeira linha de crédito oficial chinesa para Angola data de 2002. Início da parceria A troca comercial entre Angola e a China começou em 2002, com o fim da guerra civil angolana e o início da vontade de reconstruir o país.
Após quase 40 anos de conflito armado que matou inúmeras pessoas e trouxe incontáveis prejuízos, os líderes angolanos buscaram recursos através de doações internacionais, mas sem sucesso. Na ocasião, a China foi quem abriu as portas para a ajuda financeira. O país asiático foi o único que se dispôs a financiar a renovação de Angola.
O grande salto para a relação entre os dois países, porém, ocorreu em 2010 quando teve início a estratégia “Oil for money”, ou seja, as linhas de crédito chinesas corresponderiam à exportação do petróleo angolano. A cooperação foi evoluindo e a China ganhou um dos mercados em maior desenvolvimento em África. Os chineses tornaram-se parceiros no investimento, sobretudo, no sector da construção civil, com obras de estradas, escolas e hospitais, entre outros.
Angola tornou-se um dos países lusófonos mais importantes comercialmente para a China e o resultado foi um aumento de mais de dois mil por cento entre 2002 e 2012. A queda de 4,51 por cento em 2013 aparece como uma taxa negativa numa história de recordes.
Entre Janeiro e Maio deste ano, as trocas comerciais entre Angola e a China registaram um crescimento de 72,98 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo mais de 10 mil milhões de dólares, revelou recentemente o embaixador de Angola naquele país.
De acordo com Garcia Bires, a China vendeu à Angola bens no montante de 843 milhões de dólares (+37,82%) e comprou mercadorias no valor de 9.203 milhões de dólares (+77,12%).
Em 2003, a China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa. Naquele ano, o “gigante asiático” criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos.
Entre Janeiro e Maio deste ano, as trocas comerciais entre Angola e a China registaram um crescimento de 72,98 por cento em relação ao mesmo período do ano passado