Situação da Saúde preocupa os bispos
Líderes religiosos estão apreensivos com o aumento dos preços dos materiais de construção e de outros produtos
Os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) manifestaram-se ontem preocupados com a falta “gritante e escandalosa” de medicamentos nos hospitais públicos, com a estagnação das obras públicas e com problemas básicos como água, energia e transportes públicos.
Os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) manifestaram-se ontem preocupados com a falta “gritante e escandalosa” de medicamentos nos hospitais públicos, com a estagnação das obras públicas e com problemas básicos como água, energia eléctrica e transportes públicos.
Num comunicado de imprensa lido pelo arcebispo de Saurimo, Dom Manuel Imbamba, após o encerramento da segunda Assembleia Plenária Anual da CEAST, os bispos manifestaram-se igualmente preocupados com o aumento dos preços dos materiais de construção e de outros produtos básicos e com a “existência de sinais de fome em algumas zonas do sul de Angola, devido à escassez de chuva.”
Em algumas capitais provinciais, refere o comunicado, constata-se um crescente número de doentes mentais jovens, bem como envenenamentos com recurso às chamadas “minas tradicionais” ou “tala”, pelo que pedem a intervenção urgente das autoridades policiais contra os fabricantes, comerciantes e fomentadores desses venenos que vão perturbando a ordem social.
Os bispos católicos afirmam também que se mantém a agressão ao ambiente, através do abate de árvores para produção de madeira e carvão e queimadas indiscriminadas. Apelam ao empenho de todos os cidadãos para a propagação da cultura ecológica. A assembleia da CEAST, reunida desde o dia 11 até ontem, recomendou a intensificação das campanhas de doação de sangue nas dioceses, constituindo associações para o efeito, e apelam aos gestores de hospitais mais vigilância para se prevenir situações que levam o sangue doado a ser comercializado.
No comunicado, os bispos afirmam que as dioceses e paróquias continuam a caminhar com várias iniciativas espirituais e sociais em prol do bem dos fiéis, e não só, e em algumas é notório um certo desenvolvimento social e económico.
Aos políticos e a todos os cidadãos, os bispos pedem que continuem a aumentar esforços tendentes a fomentar e cultivar a educação permanente de democracia, cidadania, paz, tolerância, convívio plural e respeito da dignidade do outro e compromisso da ética. A CEAST aprovou uma mensagem pastoral para a juventude referente ao triénio 2018-2020, com temas diferentes para cada ano, também apresentada ontem. O presidente da Comissão Episcopal da CEAST para a Juventude, Dom Zeferino Zeca Martins, disse que no primeiro ano a igreja vai reflectir sobre “A juventude e fé recebida” e no segundo sobre “A juventude e a fé celebrada”. Para o último ano, foi escolhido o tema “A juventude e a fé testemunhada”. Os bispos também aprovaram uma mensagem pastoral sobre o Congresso Eucarístico Nacional (CENA).
A mensagem pastoral dirigida à juventude é justificada pela convicção de que os jovens têm hoje uma urgente necessidade de orientação e apoio de todos, sobretudo dos pais e responsáveis de famílias, instituições sociais, estatais e eclesiásticas. Os bispos declaram sentir que devem fixar um olhar mais atento aos jovens, na esperança de que algumas manifestações estranhas e negativas protagonizadas por eles não os encaminhe para um futuro “perdido e perigoso.”
A Assembleia Plenária Anual aprovou também uma mensagem pastoral sobre o Congresso Eucarístico Nacional, realizado entre os dias 14 e 18 de Junho, no Huambo, os estatutos da Comissão Episcopal da Justiça e Paz e Integridade da Criação e o Plano de Acção para a implementação da floresta ecológica “Laudito Si”, no Namibe. Aprovou ainda a criação de tribunais eclesiásticos e da comissão “ad hoc” que vai preparar o programa comemorativo dos 50 anos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).
Os bispos católicos afirmam que em algumas capitais provinciais constata-se um crescente número de doentes mentais jovens, bem como envenenamentos com recurso às chamadas “minas tradicionais”