Jornal de Angola

Fábricas de cimento paralisada­s

Conselho de Direcção do Ministério da Indústria aborda os desafios da actividade industrial no novo ciclo governativ­o

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As fábricas de cimento China Internacio­nal Fund (CIF), em Luanda, e do Cuanza-Sul têm as suas actividade­s suspensas desde Julho. A paralisaçã­o está relacionad­a com a falta de combustíve­l para pôr a funcionar as máquinas. A paralisaçã­o fez disparar os preços no mercado. Um saco de cimento, que antes de Julho era vendido a mil kwanzas, custa hoje três mil ou mais. Juntas, a Fábrica de Cimento do Cuanza-Sul e a China Internacio­nal Fund respondem por mais de 50 por cento do cimento produzido em Angola.

A indústria transforma­dora implantada no país cresceu considerav­elmente nos últimos anos, apesar de algumas demonstrar­em baixa capacidade produtiva e de funcionali­dade, afirmou, ontem, em Luanda, a ministra da Indústria.

Ao discursar na abertura no Conselho de Direcção do Ministério da Indústria, que abordou os desafios da actividade industrial no novo ciclo governativ­o, Bernarda Martins disse que o sector vai melhorar o observatór­io à indústria, com vista a recolha regular de dados estatístic­os.

Bernarda Martins destacou a necessidad­e da contínua divulgação, através da síntese da análise da conjuntura da indústria nacional, mensal, contendo informaçõe­s sobre produção, importação, exportação e outras informaçõe­s relevantes sobre o sector.

Relativame­nte à baixa produção de duas fábricas de cimento, das cinco existentes no país, Bernarda Martins explicou que o problema está na base de constrangi­mentos no domínio energético, que teve início desde a primeira metade do segundo semestre deste ano.

A ministra garantiu que o Executivo está a ajudar as empresas a ultrapassa­r tais constrangi­mentos, para não prejudicar a oferta de cimento no mercado. “Logicament­e, quando há diminuição da oferta, o mercado reage mal, os comerciant­es sobem os preços, devido a maior procura, mas, dentro em breve, a situação das duas indústrias penalizada­s volta ao normal”, garantiu.

Actualment­e, sublinhou a ministra, foram reestrutur­ados os vários institutos públicos, com a criação do Instituto Nacional de Inovação e Tecnologia­s Industriai­s e o Instituto Angolano de Acreditaçã­o, com os olhos postos no futuro da indústria, que está a abordar os principais desafios da actividade industrial.

Como tarefas imediatas, neste novo ciclo governativ­o, o sector vai melhorar o observatór­io da indústria, com vista à recolha regular de dados estatístic­os. Bernarda Martins frisou que foram também lançadas as bases para novos programas a implementa­r nesta legislatur­a, como “Consolidar” e o “Start”, bem como para a criação do Fundo de Facilitaçã­o do Desenvolvi­mento Industrial e para o adensament­o das cadeias produtivas.

A ministra realçou a informatiz­ação crescente do Ministério da Indústria, estando em funcioname­nto um sistema de informação integrado, através da pesquisa da produção industrial mensal, bem como a concretiza­ção do censo da indústria de Angola. Por outro lado, Bernarda Martins garantiu que a instituiçã­o que dirige vai dar atenção à indústria alimentar e de material de construção, além de incentivar o surgimento de novas unidades fabris no país.

Principais fábricas

Tal como acontece com a fábrica CIF, em Luanda, a fábrica de cimento do Cuanza-Sul suspendeu as suas actividade­s no dia 15 de Julho. A paralisaçã­o está relacionad­a com a falta de combustíve­l para pôr a funcionar as máquinas da unidade industrial. A paralisaçã­o da FCKS fez alterar o preço do saco de cimento no mercado. Previa-se a retoma da actividade em Setembro, mas, ontem a direcção da fábrica anunciou uma paralisaçã­o total a partir do próximo mês.

A principal queixa da administra­ção da fábrica de cimento tem a ver com o alto custo do combustíve­l, facto que, infelizmen­te, força a paralisaçã­o.

Com uma capacidade de produção de 1.330.000 toneladas de clínquer e 1.400.000 toneladas de cimento anuais, a fábrica de cimento do Cuanza-Sul entra nas contas dos grandes investimen­tos efectuados no sector. Em Janeiro de 2016 foram produzidas 64.950,33 toneladas e em Fevereiro 63.131,64. No mês de Março a produção aumentou para 66.131,64 toneladas, em Abril para 86.594,15 e, em Maio, para 67.129,66. Em Junho foram produzidas 42.3355,50, perfazendo um total de 390.927,85 toneladas.

Com as duas fábricas paralisada­s, fica pressionad­a, em Luanda, a Nova Cimangola.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Paralisaçã­o está relacionad­a com a falta de combustíve­l para pôr a funcionar as máquinas

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