Refugiados na Líbia vítimas de abusos
A Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) denunciou a existência de mais de 14,5 mil migrantes e refugiados detidos por contrabandistas em diferentes locais na Líbia. Entre os refugiados estão recémnascidos.
A Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) revelou que tem atendido as necessidades urgentes de mais de 14,5 mil migrantes e refugiados detidos por contrabandistas em diferentes locais na Líbia.
O porta-voz da agência, Andrej Mahecic, declarou em Genebra que equipas actuam há mais de uma semana em campos agrícolas, residências e armazéns dentro e nos arredores da cidade costeira de Sabratha.
O pessoal do terreno relata “um sofrimento humano e abusos em dimensão chocante” de refugiados e migrantes que sofreram abusos em mãos de contrabandistas, que incluem mulheres grávidas e recém-nascidos.
Centenas de pessoas estariam sem roupa ou sapatos e outras a precisar de cuidados médicos urgentes para ferimentos de balas e outros sinais visíveis de abusos. Entre os resgatados há ainda refugiados e migrantes com “sinais visíveis de trauma”. A maioria deles disse ter sofrido abusos que incluem violência sexual e de género, trabalho forçado e exploração sexual.
As autoridades líbias calculam que cerca de 6 mil pessoas estão detidas por contrabandistas. Se o total for confirmado, o número de refugiados e migrantes ultrapassa 20.500, contando com os que vivem em centros de detenção oficiais.
O grupo de imigrantes foi levado para um hangar na área de Dahman, em Sabratha, que servia de centro de agrupamento desde o início da crise. Desses locais, os refugiados e os migrantes foram transferidos pelas autoridades para os centros oficiais de detenção onde agências humanitárias prestam assistência essencial.
A prioridade do ACNUR é identificar refugiados e pedir a sua libertação. A agência entregou mais de 15 camiões de itens de auxílio que incluem colchões, cobertores, kits de higiene e roupa de Inverno.