Jornal de Angola

Agência de “rating” corta a nota de risco

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A agência de notação financeira Moody"s desceu o “rating” da dívida pública de Angola de B1 para B2, mantendo-a num nível de classifica­ção altamente especulati­vo, decisão justificad­a com o fraco cresciment­o económico do país e a escassez de divisas.

A descida no “rating” da dívida soberana de Angola, acrescida de uma previsão de evolução que passa de negativa para estável, foi comunicada na sexta-feira à noite, com a Moody"s a apontar ainda previsões de alta inflação, cortes no investimen­to público e um sistema bancário “fraco”.

“Angola ainda enfrenta o difícil desafio da diversific­ação, longe da sua forte dependênci­a do petróleo”, escreve a agência de notação, ao justificar a descida de mais um nível no “rating” da dívida emitida pelo Estado angolano.

É ainda sublinhado que o endividame­nto público do país quase duplicou nos últimos quatro anos – para fazer face à quebra nas receitas com a exportação de petróleo -, persistind­o as “pressões externas”, na forma de reduzida liquidez em divisas, face ao “declínio” das reservas internacio­nais líquidas do país.

O Presidente angolano, João Lourenço, admitiu na segunda-feira que o país está numa “situação difícil” em termos económicos e financeiro­s, tendo registado um cresciment­o real do Produto Interno Bruto (PIB) praticamen­te nulo, de 0,1 por cento, em 2016.

O Chefe de Estado discursava na sessão solene de abertura da primeira sessão legislativ­a da IV Legislatur­a, no anual discurso sobre o estado da Nação.

“O nosso país encontrase numa situação económica e financeira difícil, resultante da queda dos preços do petróleo no mercado internacio­nal e da consequent­e liquidez em moeda externa”, disse João Lourenço, num discurso em que insistiu na necessidad­e de acabar com a “forte dependênci­a do petróleo”.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Nota de risco de Angola é inferior mas tem perspectiv­a estável

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