Jornal de Angola

O escafandro e o seu percurso

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Escafandro (do grego skáphos, ‘oco, escavado, em forma de barco’ mais andrós, ‘homem’, com a ideia de ‘homem-barco’) é uma armadura de borracha e latão utilizada por mergulhado­res para trabalhos no fundo da água. Essa estrutura comunicase com a superfície através de um ducto que assegura a livre respiração e permite resistir à pressão da água.

A primeira pessoa a utilizar um escafandro foi o pirata inglês Anthony Knivet, em 1590. Prisioneir­o dos portuguese­s, foi forçado a mergulhar com o antigo equipament­o para tentar resgatar as peças de artilharia que haviam afundado no mar. Era constituíd­o de roupa de couro revestido de graxa e piche para impermeabi­lização. O volumoso capacete, também revestido de piche, tinha um grande “nariz” onde havia três balões de ar, no entanto, não alcançou o objectivo e quase morreu.

O Brasil foi o único país da América Latina a produzir o escafandro. As marcas Person, Eterna e Ford foram as mais conhecidas destacando-se a Person, desenvolvi­da por Charles Person (1873 1964). Em 1906, ele fundou a “Oficina Mecânica Charles Person”, que ficara na cidade de São Paulo. Nela, fabricava-se: hélices de barco, equipament­os para mergulho, os escafandro­s, bombas de ar e lastros de chumbo, etc...

Person produziu dois modelos de escafandro o fluvial e o de 12 parafusos. O fluvial servia para o trabalho em garimpo de ouro e diamante e o de 12 parafusos para águas profundas.

A partir da década de 40, foram substituíd­os pelos aqualungs.Escafandro não autónomo.

Embora tivessem já sido tentados muitos modelos e versões de “sinos de mergulhado­r”, Augustus Siebe, nascido na Saxónia em 1788, projectou em 1817 um escafandro de capacete, pioneiro do escafandro de capacete moderno, que começa a utilizar-se com sucesso em 1835, utilizando uma bomba de ar que ele mesmo inventara em 1819.

Hoje conhecido por “capacete de mergulhado­r” ou por “pé de chumbo” (devido ao elevado peso nas botas para manter o mergulhado­r no fundo e na posição vertical), este equipament­o permitiu a observação directa do meio aquático a partir de profundida­des não acessíveis em apneia, até à invenção do escafandro autónomo (anos 40 do séc. XX).

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