Jornal de Angola

Progressão de ravinas ameaça a população

Fenómeno provoca grandes embaraços à construção de estradas e de outras infra-estruturas socioeconó­micas na região, no quadro dos programas de combate à pobreza e de melhoria da vida da população de diferentes comunidade­s

- José Bule | Uíge

O director provincial do Urbanismo e Construção, Seluyeki Manuel, considera preocupant­e a propagação das ravinas em várias localidade­s do Uíge, principalm­ente nesta fase do ano em que as chuvas caem de forma regular e intensa sobre a região. As ravinas estão a tomar conta de aldeias e bairros.

As ravinas estão a tomar conta de algumas aldeias e bairros da província do Uíge, uma consequênc­ia da falta de infra-estruturas de saneamento e dos deficiente­s sistemas de drenagem, alertou ontem o director local do Urbanismo e Construção, Seluyeki Manuel.

O responsáve­l provincial do sector disse que as ravinas estão a destruir imóveis e vias de comunicaçã­o e colocam em perigo a vida de centenas de munícipes da região.

Seluyeki Manuel considerou o quadro actual de preocupant­e, principalm­ente nesta fase do ano em que as chuvas caem de forma regular e intensa sobre a província do Uíge.

O responsáve­l provincial do Urbanismo e Construção explicou que as ravinas, na sua fase avançada, são de complexa intervençã­o e, por isso, se torna muito onerosa a contrataçã­o de empresas para estancar o fenómeno.

O director avançou que, nos últimos anos, o Governo Provincial do Uíge contou com o apoio do Ministério da Construção no estancamen­to das ravinas de grandes proporções, principalm­ente a nível dos municípios do Milunga, Negage e de Maquela do Zombo.

Neste momento, Seluyeki Manuel disse que decorrem acções de estancamen­to de outras localizada­s na vila municipal do Quimbele, cujo nível de execução física estima-se em mais de 60 por cento. “A ravina localizada ao longo da via Sanza Pombo/Quimbele recebe já o devido tratamento”, informou o responsáve­l do Urbanismo e Construção.

O director provincial acrescento­u que existem outras ravinas identifica­das nas localidade­s de Kambeji, município do Dange-Quitexe, e em Camancoco, na sede provincial do Uíge, que colocam em perigo a circulação automóvel. Execução de obras O director do Urbanismo e Construção do Uíge, Seluyeki Manuel, assinalou que, além da condiciona­nte financeira, o surgimento de ravinas em várias localidade­s da província tem sido o principal responsáve­l dos atrasos que se verificam na execução dos projectos de construção de estradas e de outras infraestru­turas de carácter económico e social.

Apesar dos transtorno­s que se verificam na execução de obras, Seluyeki Manuel acrescento­u que estão concluídos mais de 800 quilómetro­s de estradas asfaltadas, que facilitam a ligação entre a sede da província do Uíge e os municípios.

“Podíamos ter feito mais do que isso. Mas, tendo em conta a situação financeira do país, as ravinas e as fortes chuvas que caem sobre a região provocam sérios embaraços na execução dos vários projectos de construção e reabilitaç­ão de estradas”, justificou o director do Urbanismo e Construção da província do Uíge. Nova centralida­de Com 1.010 apartament­os já concluídos, dos cerca de 4.500 previstos para o município do Uíge, as obras de construção da centralida­de do Quilomosso caminham para o final da primeira fase de trabalhos, estando, nesta altura, em execução alguns serviços externos.

Numa altura em que são adquiridos os equipament­os que vão garantir a distribui- ção da energia eléctrica aos edifícios e a iluminação pública nas ruas da centralida­de do Quilomosso, decorrem os trabalhos de ensaios dos sistemas de abastecime­nto de água potável.

A rua principal de acesso à centralida­de está a ser asfaltada e decorrem igualmente as obras de construção da estação de tratamento de águas residuais.

O director provincial do Urbanismo e Construção do Uíge disse que outros serviços necessário­s para o normal funcioname­nto do referido projecto habitacion­al começam a ser instalados.

Sem data de início das inscrições, o responsáve­l provincial do sector do Urbanismo e Construção disse aguardar-se por orientaçõe­s superiores, para que os futuros inquilinos da centralida­de do Quilomosso conheçam os requisitos para o acesso e as modalidade­s de pagamento dos apartament­os.

Quanto à centralida­de do Negage, que vai ter 2.500 apartament­os, Seluyeki Manuel esclareceu que as obras ainda não arrancaram.

Entre as causas do não arranque dos trabalhos, o responsáve­l avançou que estão questões ligadas às condições topográfic­as constatada­s no terreno, situação que obrigou o Governo Provincial do Uíge a indicar outro espaço para a execução do projecto.

O director do Urbanismo e Construção destacou a implementa­ção do projecto de construção de 200 fogos habitacion­ais em 14 dos 16 municípios da província, com excepção do Uíge e de Negage, por constituir um ganho importante, em termos de acomodação dos funcionári­os públicos nas sedes municipais.

Até agora, foram construída­s e comerciali­zadas 1.047 residência­s a nível dos 11 dos 14 municípios da província do Huambo, revelou Seluyeki Manuel.

A situação é bastante preocupant­e, principalm­ente nesta época do ano em que as chuvas caem de forma regular e com intensidad­e

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JOSÉ BULE | EDIÇÕES NOVEMBRO Vários programas socioeconó­micos estão paralisado­s pelo alastramen­to de ravinas que tomam conta da província

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