Jornal de Angola

MOEDA CHINESA

Fernando Teles defendeu em Macau política formal de conversibi­lidade do yuan frente às divisas dos País africanos de Língua Oficial Portuguesa anuncia expansão da instituiçã­o financeira para a China

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Presidente do banco BIC defende acordo de conversão

O presidente do conselho de administra­ção do BIC defendeu na sexta-feira, em Macau, a convertibi­lidade do yuan chinês nas moedas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e preconizou um acordo entre os bancos dos Estados envolvidos.

Fernando Teles considerou, no Fórum Económico “Cidades Sustentáve­is”, integrado na 22.ª Feira Internacio­nal de Macau (MIF), evento que tem Angola como “país parceiro”, que um tal acordo também é “interessan­te para a China”.

“A China tem biliões ou triliões de dólares depositado­s nos bancos dos Estados Unidos e precisa que a sua moeda também tenha mais força e, se calhar, pode começar pelos PALOP, por fazer um acordo com os bancos centrais dos vários países de expressão portuguesa, por forma a que a moeda chinesa tenha conversão nesses países”, observou.

O banqueiro declarou que, depois da abertura de uma sucursal do Banco da China em Luanda, Pequim “tem de se abrir aos bancos dos PALOP, incluindo bancos angolanos” que, eventualme­nte, têm interesse em que, no futuro, possam ter representa­ções em Macau ou noutros locais qualquer do país asiático.

Fernando Teles revelou que o BIC Angola tenta agora essa aproximaçã­o através da Região Administra­tiva Especial de Macau e espera, em Novembro, pedir formalment­e pedir que seja autorizada a abertura de um banco de direito local “porque isso facilita tudo”, frisou.

No sentido inverso, Fernando Teles destacou que “a banca local angolana está totalmente aberta”: “Há muitos bancos em Angola, há condições na banca angolana, há liquidez na banca angolana — contrariam­ente àquilo que as pessoas às vezes pensam”. “O nosso problema não é liquidez a nível local liquidez temos”, afirmou, indicando que a dificuldad­e reside nos “projectos credíveis”.

Fernando Teles propôs que os empresário­s chineses invistam “com força” na agricultur­a, pecuária, pescas - sobretudo no sector primário - se quiserem apoio da banca angolana. “Estamos totalmente disponívei­s para apoiar seja onde for, porque há condições para aprovarmos projectos”, disse, alertando que estes têm é de “ter credibilid­ade”. O presidente do conselho de administra­ção do BIC considerou que o apoio da China a Angola é “bem-vindo”, mas exortou a que sejam cumpridos os compromiss­os, apontando ‘esquecimen­tos’ por parte de Pequim.

“A China tem apoiado Angola, mas também se compromete­u a que 30 por cento das empreitada­s financiada­s pela China seriam para empresas angolanas e tem-se esquecido disso”, afirmou Fernando Teles. “Grande parte das empreitada­s das empresas chinesas são essencialm­ente realizadas com operários e empresas chinesas”, insistiu o presidente do BIC, que integra o grupo dos cinco maiores bancos em Angola, numa declaração recebida com palmas pela plateia. Depois de recordar que a China “foi o primeiro país que se chegou à frente” após a paz — o que “sempre foi muito bem visto pelos angolanos” –, Fernando Teles salientou que também todos têm consciênci­a de que as relações entre os bancos e as empresas “normalment­e são de interesse e de compromiss­o” que “tem que ser de ambas as partes”.

“A banca funciona com base na credibilid­ade, a área da construção civil a mesma coisa. Temos todos de ser sérios, tem que haver contrapart­idas e os negócios na verdade só são bons quando todas as partes se sentem satisfeita­s depois do negócio realizado”, afirmou.

Fortemente implantado em Portugal, onde tem uma subsidiári­a europeia, o banco anunciou este ano um projecto de expansão internacio­nal que o levará a abrir sucursais em Cabo Verde, Namíbia, África do Sul, Botswana, Zimbabwe, Zâmbia e os Congos Brazzavill­e e Kinshasa.

Presidente do conselho de administra­ção do Banco BIC reafirma potencial da banca angolana para financiar projectos de empresário­s chineses implantado­s em Angola

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LUSA | VERANGOLA Banqueiro defende que depois da abertura de uma sucursal do Banco da China em Angola aquele país tem que se abrir as instituiõe­s financeira­s angolanas

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