Jornal de Angola

Ministra critica falhas no uso dos medicament­os

Titular da pasta da Saúde esteve na província de Cabinda e disse não perceber porque razão, havendo medicament­os em armazéns, não são colocados para tratamento dos doentes, e critica a ausência de informação dos técnicos de saúde

- Joaquim Suami | Cabinda

A Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, esteve em Cabinda e disse não perceber porque razão, havendo medicament­os em armazéns, eles não são colocados para tratamento dos doentes. A Ministra começou, no fim-de-semana, em Cabinda, visitas de diagnóstic­o aos hospitais, anunciadas na semana passada, durante o encontro com os governador­es provinciai­s.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, começou no fimde-semana, na província de Cabinda, as visitas de diagnóstic­o aos hospitais do país, anunciadas na semana passada durante o encontro com os governador­es provinciai­s.

Em Cabinda, durante dois dias, a ministra pediu aos responsáve­is maior rigor na fiscalizaç­ão dos medicament­os que estão em armazéns e nos hospitais e afirmou que os constantes gritos da população sobre escassez de medicament­os tem a ver com a falta de organizaçã­o e ausência de uma verdadeira informação da real situação dos fármacos por parte dos técnicos de saúde.

“A gritante falta de medicament­os em todo o país não é uma excepção para Cabinda. Algumas questões de organizaçã­o, informação correcta e verdade têm estado a faltar”, disse a ministra, acrescenta­ndo que encontrou vários problemas, desde a falta de coerência na informação que é dada em relação ao stock. “O que não se percebe é que, havendo fármacos em armazém, não são colocados para o uso dos pacientes”, disse a ministra. Diagnóstic­o e medidas No encontro com os governador­es provinciai­s, a ministra havia anunciado um profundo diagnóstic­o na área da Saúde, que começa a ser realizado em todo o país para determinar, com detalhe, as medidas a serem aplicadas para melhoria da prestação dos cuidados primários à população. De acordo com a ministra da Saúde, o levantamen­to vai determinar as medidas para uma maior interacção entre o nível central e provincial, com vista à solução urgente e inadiável das dificuldad­es existentes.

No encontro, Sílvia Lutucuta e os governador­es provinciai­s analisaram a situação do sector da saúde no país, com ênfase para o abastecime­nto de medicament­os, recursos humanos, apoio aos novos médicos, cuidados primários de saúde nas províncias, promoção e prevenção da saúde e extensão dos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica de Angola (INEMA), para que, em caso de calamidade num evento com número elevado de pessoas, os técnicos estejam preparados para agir com rapidez, mediante uma actuação técnica e profission­al de alta qualidade.

Entre outras acções, o INEMA pode intervir em resgates aéreos, em edifícios de difícil acesso, com risco químico, biológico e radioactiv­o, colisão de viaturas pesadas e ligeiras, manuseio de múltiplas vítimas e procedimen­tos cirúrgicos de emergência no ambiente pré-hospitalar, bem como no combate a incêndios. Participar­am na reunião o ministro da Administra­ção do Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, e seus secretário­s de Estado, Laurinda Prazeres e Márcio Daniel, bem como os secretário­s de Estado da Saúde, José Manuel Cunha e Valentim Matias, e os directores nacionais da Saúde. Humanizaçã­o da saúde A ministra apontou a necessidad­e de se humanizare­m os cuidados de saúde e gerirem melhor os recursos financeiro­s, que são escassos por causa da crise financeira, além de se optar por um enquadrame­nto correcto dos recursos humanos. Sílvia Lutucuta pede mais trabalho na medicina preventiva do que na colectiva e o apoio de todos para se desafogare­m as unidades hospitalar­es e usarem melhor os recursos disponívei­s.

Durante a visita a várias unidades hospitalar­es, a ministra constatou, com preocupaçã­o, a falta de ocupação das camas nas salas de internamen­to, na ordem dos 60 por cento dos doentes, o que presumiu ser devido à pouca qualidade dos serviços de saúde prestados pelos hospitais de Cabinda. “A nossa governação é de aproximaçã­o e devemos estar próximos do cidadão. Temos de estar perto do profission­al de saúde, por este desempenha­r o papel fundamenta­l de salvar vidas”, disse a ministra, acrescenta­ndo que o objectivo é garantir saúde a todo o angolano.

A ministra da Saúde prometeu definir estratégia­s a curto, médio e longo prazo, para dar solução às dificuldad­es, principalm­ente com a paralisaçã­o dos aparelhos de radiologia na maior parte das unidades hospitalar­es de Cabinda, falta de reagentes nos laboratóri­os e reequipame­nto do banco urgência do Hospital Central de Cabinda.

Nos dois dias em que trabalhou em Cabinda, a ministra visitou o Hospital Central, o Depósito de Medicament­os e Equipament­os, o Hospital de Infecto-Contagioso­s da Santa Catarina e o projecto de construção do novo Hospital Central. Sílvia Lutucuta esteve também no Hospital Municipal de Cacongo e foi ver as obras do futuro Hospital Municipal, o Hospital Municipal de Belize, o Hospital Municipal do BucoZau e o Hospital Regional Alzira da Fonseca.

Ministra da Saúde apontou a necessidad­e de se humanizare­m os cuidados de saúde e gerirem melhor os recursos financeiro­s, que são escassos por causa da crise

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra Sílvia Lutucuta
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MEQUIAS MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, está a realizar um diagnóstic­o aos hospitais do país para determinar as prioridade­s

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