Maior fiscalização dos medicamentos
O objectivo das autoridades locais é evitar o descaminho de medicamentos entregues aos hospitais e centros médicos, que fragiliza o atendimento ao público, e fazer com que doentes e familiares deixem de recorrer ao mercado informal
Depois do encontro da passada semana com a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, o governador provincial do Zaire, Joanes André, assegurou que a entrada e distribuição de medicamentos nos hospitais da região passam agora a ser melhor fiscalizadas para evitar desvios.
A entrada e distribuição de medicamentos ao nível dos hospitais da província do Zaire passam agora a ser melhor fiscalizadas, para evitar descaminhos que fragilizem o processo de atendimento médico e medicamentoso ao público, assegurou o governador José Joanes André.
Durante uma visita ao Hospital Municipal do Nzeto, que fica a cerca de 210 quilómetros da cidade de Mbanza Kongo, o governador do Zaire explicou que a medida surge do facto de as autoridades estarem a receber muitas reclamações da parte dos munícipes sobre a falta de medicamentos que se assiste na região.
Constou ao governador que a escassez de medicamentos nos hospitais da região tem obrigado os pacientes a fazerem recurso a farmácias particulares para a aquisição de fármacos, numa altura em que o depósito de medicamentos do hospital do Nzeto enfrenta uma escassez deste produto.
Em função disso, Joanes André disse não ter gostado o que viu: “Temos só algumas caixas de balões de soro fisiológico”, sustentou o governador provincial do Zaire, que recorreu aos arquivos dos últimos registos em documento dos fármacos recebidos da direcção provincial da Saúde, do dia 9 deste mês.
Em relação à folha de distribuição dos medicamentos, o governador constatou que a nível interno não existe uma lista de saída dos produtos, daí a autoridade máxima da província do Zaire ter reunido de emergência com os responsáveis do Hospital Municipal do Nzeto, na presença do director provincial da Saúde e do administrador municipal. Joanes André exigiu à direcção do hospital do Nzeto um redobrar de vigilância e organização, para que haja maior fiscalização e rigor no manuseamento dos medicamentos que o Estado coloca à disposição da população.
“A província deve planificar e enviar mensalmente a lista de necessidades ao SECOM, para suprir a carência de medicamentos na região”, explicou Joanes André, que chamou a atenção dos responsáveis referidos para fiscalizarem mais os fármacos e material gastável.
Para inverter o quadro, o governador entregou material gastável e medicamentos de primeira necessidade ao Hospital Municipal do Nzeto, com destaque para seringas, soros e seftriazonas, tendo anunciado, para esta semana, a entrega de viaturas de apoio aos técnicos da unidade clínica. O governador falou da necessidade de as fontes de aquisição de medicamentos serem credíveis e qualificadas, de modo a economizar verbas do Estado e garantir a qualidade dos medicamentos e melhorar a assistência aos pacientes.
O responsável do Hospital Municipal do Nzeto, Pedro Mayembe Júnior, disse que a unidade clínica precisa também de água potável, para garantir o seu normal funcionamento e a limpeza do recinto, pois tem poucos empregados nesta área.
Face às várias irregularidades constatadas nalgumas localidades, o governador Joanes André já tinha exonerado, há dias, os administradores municipais do Nzeto, Jeremias Timóteo, e do Tomboco, António Cavungo. Por outro lado, a intensificação de acções para o combate à violência doméstica e fuga à paternidade figuram entre as recomendações saídas no final dos trabalhos do fórum municipal de auscultação à mulher rural, que decorreu na seman finda, na cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire.
De acordo com o comunicado, os participantes recomendaram também a extensão do projecto “Água para Todos” em todas as localidades do município onde há escassez, bem como a recuperação dos pequenos sistemas e postos de abastecimento de água a nível das comunidades.
Intensificar medidas que visam incentivar o saneamento básico nos locais de residência e o tratamento do lixo doméstico, assim como aprofundar o processo de humanização dos serviços de saúde a nível local constam, igualmente, das conclusões do fórum.
A escassez de medicamentos tem obrigado os pacientes a recorrer a farmácias particulares, numa altura em que o depósito do hospital do Nzeto está com poucas reservas