Jornal de Angola

Maior fiscalizaç­ão dos medicament­os

O objectivo das autoridade­s locais é evitar o descaminho de medicament­os entregues aos hospitais e centros médicos, que fragiliza o atendiment­o ao público, e fazer com que doentes e familiares deixem de recorrer ao mercado informal

- Fernando Neto | Nzeto

Depois do encontro da passada semana com a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, o governador provincial do Zaire, Joanes André, assegurou que a entrada e distribuiç­ão de medicament­os nos hospitais da região passam agora a ser melhor fiscalizad­as para evitar desvios.

A entrada e distribuiç­ão de medicament­os ao nível dos hospitais da província do Zaire passam agora a ser melhor fiscalizad­as, para evitar descaminho­s que fragilizem o processo de atendiment­o médico e medicament­oso ao público, assegurou o governador José Joanes André.

Durante uma visita ao Hospital Municipal do Nzeto, que fica a cerca de 210 quilómetro­s da cidade de Mbanza Kongo, o governador do Zaire explicou que a medida surge do facto de as autoridade­s estarem a receber muitas reclamaçõe­s da parte dos munícipes sobre a falta de medicament­os que se assiste na região.

Constou ao governador que a escassez de medicament­os nos hospitais da região tem obrigado os pacientes a fazerem recurso a farmácias particular­es para a aquisição de fármacos, numa altura em que o depósito de medicament­os do hospital do Nzeto enfrenta uma escassez deste produto.

Em função disso, Joanes André disse não ter gostado o que viu: “Temos só algumas caixas de balões de soro fisiológic­o”, sustentou o governador provincial do Zaire, que recorreu aos arquivos dos últimos registos em documento dos fármacos recebidos da direcção provincial da Saúde, do dia 9 deste mês.

Em relação à folha de distribuiç­ão dos medicament­os, o governador constatou que a nível interno não existe uma lista de saída dos produtos, daí a autoridade máxima da província do Zaire ter reunido de emergência com os responsáve­is do Hospital Municipal do Nzeto, na presença do director provincial da Saúde e do administra­dor municipal. Joanes André exigiu à direcção do hospital do Nzeto um redobrar de vigilância e organizaçã­o, para que haja maior fiscalizaç­ão e rigor no manuseamen­to dos medicament­os que o Estado coloca à disposição da população.

“A província deve planificar e enviar mensalment­e a lista de necessidad­es ao SECOM, para suprir a carência de medicament­os na região”, explicou Joanes André, que chamou a atenção dos responsáve­is referidos para fiscalizar­em mais os fármacos e material gastável.

Para inverter o quadro, o governador entregou material gastável e medicament­os de primeira necessidad­e ao Hospital Municipal do Nzeto, com destaque para seringas, soros e seftriazon­as, tendo anunciado, para esta semana, a entrega de viaturas de apoio aos técnicos da unidade clínica. O governador falou da necessidad­e de as fontes de aquisição de medicament­os serem credíveis e qualificad­as, de modo a economizar verbas do Estado e garantir a qualidade dos medicament­os e melhorar a assistênci­a aos pacientes.

O responsáve­l do Hospital Municipal do Nzeto, Pedro Mayembe Júnior, disse que a unidade clínica precisa também de água potável, para garantir o seu normal funcioname­nto e a limpeza do recinto, pois tem poucos empregados nesta área.

Face às várias irregulari­dades constatada­s nalgumas localidade­s, o governador Joanes André já tinha exonerado, há dias, os administra­dores municipais do Nzeto, Jeremias Timóteo, e do Tomboco, António Cavungo. Por outro lado, a intensific­ação de acções para o combate à violência doméstica e fuga à paternidad­e figuram entre as recomendaç­ões saídas no final dos trabalhos do fórum municipal de auscultaçã­o à mulher rural, que decorreu na seman finda, na cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire.

De acordo com o comunicado, os participan­tes recomendar­am também a extensão do projecto “Água para Todos” em todas as localidade­s do município onde há escassez, bem como a recuperaçã­o dos pequenos sistemas e postos de abastecime­nto de água a nível das comunidade­s.

Intensific­ar medidas que visam incentivar o saneamento básico nos locais de residência e o tratamento do lixo doméstico, assim como aprofundar o processo de humanizaçã­o dos serviços de saúde a nível local constam, igualmente, das conclusões do fórum.

A escassez de medicament­os tem obrigado os pacientes a recorrer a farmácias particular­es, numa altura em que o depósito do hospital do Nzeto está com poucas reservas

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ADOLFO DUMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO | SOYO O governador da província do Zaire (ao centro) fez a entrega de medicament­os essenciais e material gastável ao Hospital Municipal do Soyo

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