Chefe de Estado realça perfil do economista
João Lourenço destacou o perfil do seu novo secretário para os Assuntos Económicos como um quadro de qualidade e com grande experiência no sector bancário
O economista Ricardo Viegas de Abreu tomou posse ontem como secretário do Presidente da República para os Assuntos Económicos e vai auxiliar o ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, nas suas funções.
Diante do Chefe de Estado, do VicePresidente da República e de demais quadros da Presidência da República, Ricardo de Abreu jurou fidelidade à nação e comprometeu-se a combater a corrupção e o nepotismo, além de se abster de práticas e actos que lesem os interesses do Estado, sob pena de ser responsabilizado civil e criminalmente.
O Presidente da República, João Lourenço, em breves palavras, destacou o perfil de Ricardo de Abreu e sublinhou o facto de ter de retirar da banca um quadro de qualidade e com grande experiência necessária para as mudanças pretendidas no sector bancário, para integrar a sua equipa de auxiliares.
“A força das circunstâncias obrigounos a ir buscar um quadro da banca para a Presidência da República”, disse o Chefe de Estado, para acrescentar: “com a experiência que traz da banca, estamos seguros que vai fazer um bom trabalho, coadjuvando o ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social”.
Formado em economia pela Universidade Lusíada de Lisboa, Ricardo de Abreu tem também um MBA, em Finanças, pela Universidade Bath, Reino Unido, que está entre as 10 melhores escolas de negócios do Reino Unido. O seu programa de MBA está entre os cinco melhores do Reino Unido e entre os 100 melhores do mundo.
Ricardo de Abreu fala fluentemente inglês, francês e espanhol e esteve desde Março à frente do Banco de Poupança e Crédito (BPC). Antes foi vice-governador do Banco Nacional de Angola, tendo passado também pelo Banco Angolano de Investimento (BAI), e pelo Banco de Negócios Internacional (BNI). No Banco de Poupança e Crédito, onde esteve deste Março a liderar o Conselho de Administração, Ricardo de Abreu tinha como prioridade a reposição da capacidade operacional da instituição. O maior banco angolano vive momentos difíceis com um elevado crédito, problemas de liquidez e foi suspensa a atribuição de crédito pela instituição.
Diante dos problemas, os accionistas optaram pela sua reestruturação. “A prioridade é repor a capacidade operacional do Banco de Poupança e Crédito para que os clientes, sejam empresas, sejam particulares, consigam confiar no propósito de prestação de um serviço integral”, disse Ricardo de Abreu, em Março, na tomada de posse no BPC.
“A força das circunstâncias obrigou-nos a ir buscar um quadro da banca para a Presidência da República”
Na altura, o economista afirmou ainda que a função de intermediação do banco, em particular a de crédito, passa pela capacidade de, com prudência, concretizar o binómio criação de valor para os clientes e para o banco. “Todos, empresas e particulares, podem contar com uma gestão ética, profissional e responsável”, disse.
Ricardo Viegas de Abreu concluiu a licenciatura em Economia pela Universidade Lusíada de Lisboa. No Reino Unido fez o Master in Business Administration, pela Universidade de Bath, com a defesa da tese “As oportunidades do sector petrolífero na África Subsariana”.
Em 1997, integrou a equipa que abriu o Banco Angolano de Investimentos (BAI) e dez anos depois foi co-fundador do Banco de Negócios Internacional (BNI). Em 2008 exerceu funções no sector público e um ano depois foi nomeado vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), de onde saiu em 2015 para leccionar cursos de pósgraduação na Universidade Católica do Porto e no MBA Atlântico.