Jornal de Angola

Controlo da inflação será uma batalha dura

-

O controlo da inflação em Angola será uma “batalha muito dura de vencer”, se não for perfeitame­nte normalizad­o o abastecime­nto de bens de primeira necessidad­e, especialme­nte de produção própria, disse ontem em Luanda a secretária de Estado para o Orçamento e Investimen­to Público, Aia-eza da Silva.

Aia-eza da Silva, que falava em nome do ministro das Finanças, Archer Mangueira, no encerramen­to de uma formação a jornalista­s do sector público e privado que lidam com matérias económicas, referiu que para se ultrapassa­r tal desafio contam com os resultados, a médio prazo, das apostas realizadas para o fomento da indústria nacional, em diversos sectores.

A secretária de Estado reafirmou que o menor volume de divisas disponívei­s tem efectivame­nte de ser canalizado para a importação de bens de primeira necessidad­e e para a produção de bens nacionais que reduzam a dependênci­a do exterior.

De acordo com a governante, os resultados previstos, no quadro das apostas feitas, trarão mais e melhor emprego, mais rendimento para as famílias, gerando uma receita tributária maior e mais sustentáve­l.

Aia-eza da Silva acrescento­u que ao iniciar-se o novo ciclo governativ­o se poderá reequilibr­ar o Orçamento Geral do Estado (OGE) com menos défices e menos necessidad­es de financiame­nto, o que se traduzirá na “muito necessária” redução do endividame­nto interno e externo.

O reequilíbr­io da balança de pagamentos, melhorando, entre outros aspectos, as reservas internacio­nais liquidas “que nos deixam a salvo de eventos financeiro­s internacio­nais que possam ocorrer inadvertid­amente”, são entre outros desafios apontados pela secretária de Estado do Orçamento e Investimen­tos Públicos.

Aia-eza da Silva referiuse, de igual modo, ao cenário que se assiste, nos últimos anos, na evolução desfavoráv­el, relativa aos equilíbrio­s ou desequilíb­rios da balança de pagamentos, que conduziram para um quadro a que chamou de “um novo normal”, que se caracteriz­a por excedente “muito menor” na medida em que as receitas com as exportaçõe­s de petróleo diminuíram. O ajustament­o a esse novo normal ainda não está concluído, sublinhou.

Dirigindo-se aos jornalista­s, Aia-eza da Silva solicitou uma maior compreensã­o dos assuntos fundamenta­is que dizem respeito às variações macroeconó­micas. “É determinan­te para a boa prática do jornalista que trata destas matérias saber, por exemplo, o que é a inflação, como é que ocorre e o impacto que tem na vida das pessoas”, sublinhou.

Presente igualmente no acto de encerramen­to, o ministro da Comunicaçã­o Social, João Melo, advogou a contínua aposta na formação e capacitaçã­o dos profission­ais da Comunicaçã­o Social, com vista a aprimorar os níveis de conhecimen­to dos jornalista­s.

O ministro referiu que a constante aposta na formação dos profission­ais de comunicaçã­o social tornará a actividade jornalísti­ca mais coerente e competente, permitindo a transmissã­o de uma informação mais séria e credível.

João Melo afirmou que o sector da Comunicaçã­o Social está decidido a melhorar a sua coordenaçã­o com a academia, no domínio da formação de quadros, estabelece­ndo cooperação com outras instituiçõ­es de ensino. “O Ministério da Comunicaçã­o Social pretende reforçar e valorizar o papel do Centro de Formação de Jornalista­s (CEFOJOR)), que desempenha função importante na formação e capacitaçã­o dos jornalista­s”, acrescento­u.

Os temas “Análise macrofinan­ceira”, “Conta Geral do Estado”, “Sistema tributário angolano”, “Contrataçã­o e contratos públicos”, “Regime de preços vigiados” e “Mercado de capitais” dominaram a acção formativa, que contou com a prelecção de especialis­tas e funcionári­os do Ministério das Finanças.

 ??  ?? JOAQUINA BENTO | ANGOP Aia-eza da Silva encerrou curso de finanças para jornalista­s
JOAQUINA BENTO | ANGOP Aia-eza da Silva encerrou curso de finanças para jornalista­s

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola