Urbanização como motor para a indústria do continente
O mais recente Relatório Económico da ONU sobre África, “Industrialização e Urbanização para a Transformação de África”, apresentado ontem, faz recomendações para aproveitar a rápida transição urbana no continente.
Elaborado pela Comissão Económica da ONU para a África, o Relatório Económico sobre África revela que, em 2035, metade da população africana vai ser urbana, quando apenas um terço o era em 1990.
Esta rápida urbanização “cria desafios crescentes em termos de necessidades de infra-estrutura e serviços, mas também pode ser um motor de desenvolvimento industrial, sob o quadro político correcto”, lê-se no estudo no qual também é referido que a urbanização tem sido dominada pela expansão do sector informal.
Para promover o crescimento aprimorado e a erradicação da pobreza, o documento recomenda aos países africanos para implementarem políticas industriais que gerem empregos qualificados e ganhos de produtividade necessários para a transformação estrutural das suas economias.
Durante o lançamento do relatório, a secretária executiva adjunta da Comissão Económica das Nações Unidas para a África, Giovanie Biha, enfatizou que “a urbanização africana não foi impulsionada pela melhoria da produtividade agrícola ou pelo aumento da produção industrial”.
O documento, acrescentou, é uma oportunidade para discutir os desafios da industrialização e da transformação estrutural no continente, e em particular, para a África Oriental.
No relatório lê-se que apesar de um processo de transformação estrutural fraco, as perspectivas de crescimento a longo prazo continuam a ser promissoras na África Oriental.
A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto é estimada em 5,6 por cento em 2017, o mesmo que no ano passado.