Jornal de Angola

Cabo Verde prevê gastar um quinto em educação

OGE reforça o poder local e mantém discrimina­ção positiva para os municípios que têm uma baixa incidência fiscal

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Um quinto dos 552 milhões de euros do Orçamento do Estado (OGE) de Cabo Verde para 2018 vai ser destinado ao sector da educação, segundo as linhas gerais da proposta apresentad­a na pelo ministro das Finanças, Olavo Correia.

A proposta de Orçamento de Estado para o próximo ano, que foi entregue na última sexta-feira na Assembleia Nacional, ronda os 61 mil milhões de escudos (cerca de 552 milhões de euros) e prevê uma receita fiscal de 42,3 mil milhões de escudos (cerca de 383 milhões de euros), um cresciment­o económico de 5,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e um défice de 3,1 por cento.

A proposta faz ainda uma projecção de 30 milhões de euros de donativos (1,9 por cento do PIB) e de 51 milhões de euros de financiame­ntos (3,1 por cento do PIB). A taxa de desemprego estimada é de 13,6 por cento contra os 15 por cento de 2016 e a estimativa de 14 por cento para 2017.

A inflação deve rondar 1,4 por cento contra os 0,8 por cento de 2017 e a dívida pública deve descer dos 131,9 por cento para 129,9 por cento, segundo o cenário macroeconó­mico traçado pelo Governo para 2018.

A fatia reservada à educação representa 20 por cento do orçamento total, com a introdução de medidas como o ensino gratuito desde o pré-escolar até ao 8.º ano e investimen­to em infra-estruturas escolares. “O futuro de Cabo Verde está na educação de excelência. Se não conseguirm­os ter uma educação de excelência para preparar os jovens para o mundo moderno não conseguire­mos vencer os desafios. A excelência na educação tem um custo”, disse o ministro da Finanças.

Olavo Correia destacou igualmente o orçamento de 500 milhões de escudos (cerca de 4,5 milhões de euros) destinados à cultura e os 800 milhões de escudos (cerca de 7,5 milhões de euros) do programa de urgência, para fazer face ao mau ano agrícola causado pela seca.

O ministro assinalou a descida de um ponto percentual no imposto para rendimento­s até 80 mil escudos (cerca de 725 euros) e a criação de uma tarifa social de água e energia. Previsto está, também, um aumento de 11,4 por cento da massa salarial na função pública, correspond­ente a novas entradas de pessoal, particular­mente de polícias, guardas prisionais, professore­s e médicos, requalific­ações e progressõe­s na carreira. O Orçamento de Estado (OGE) não prevê aumentos salariais para os funcionári­os públicos.

Por ilhas, o grosso das despesas de funcioname­nto e investimen­to concentram-se na ilha de Santiago, a maior do país, que deve concentrar 35,6 dos 71 milhões de investimen­tos previstos. Segue-se o Sal com 8,3 milhões de euros, Santo Antão com 4,3 milhões e São Vicente com 3,5 milhões de euros previstos de investimen­to.

É uma medida estruturan­te, com grande alcance a nível de inclusão social e da igualdade de oportunida­des de pessoas com deficiênci­a

Para Olavo Correia, trata-se de um orçamento “participat­ivo, rigoroso e descentral­izado”, com “o volume de despesa necessário para provocar a ruptura na economia cabo-verdiana”. “É uma despesa que tem financiame­nto e que permite que tenhamos um défice inferior ao que temos previsto para este ano. É um orçamento que procura trazer soluções efectivas para a economia”, frisou.

Ao apresentar, em conferênci­a de imprensa, as linhas gerais da proposta do OE, a ser submetida ao Parlamento para aprovação final, o ministro da presidênci­a do Conselho de Ministros, Elísio Freire, anunciou como uma das novidades a redução de um por cento no Imposto sobre Rendimento­s (IUR) para rendimento­s até 725 euros. Segundo o governante, esta medida abrangerá 80 por cento dos contribuin­tes individuai­s.

O documento propõe também a manutenção da dívida pública nos 132 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e um défice de 3,1 por cento, num ano em que o Governo prevê que o cresciment­o do PIB chegue aos 5,5 por cento, acima das previsões do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e do Banco Mundial (BM), que rondam os quatro por cento.

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Governo aumenta a capacidade de intervençã­o das empresas cabo-verdianas DR

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