Quadros qualificados ficam nos municípios
Falando na cerimónia de tomada de posse, o Presidente João Lourenço exortou os vice-governadores a apresentarem nos próximos anos um quadro diferente do actual nos municípios e a resolverem os problemas dos cidadãos nas localidades
O Presidente da República, João Lourenço, afirmou ontem que é preciso direccionar os melhores quadros para os municípios. “Queremos bons quadros nos municípios, agora, antes da implantação do poder autárquico, e depois do momento em que ele for implantado”, disse o Titular do Poder Executivo, durante o acto de tomada de posse dos 38 novos vicegovernadores das 18 províncias do país.
No dia em que completou 30 dias desde a sua investidura, o Presidente da República, João Lourenço, deu posse ontem, no Palácio da Cidade Alta,aos 38 vicegovernadores que vão auxiliar os governadores províncias nas tarefa de cumprir o programa de cinco anos.
Diante do Vice-Presidente da República e ministros de Estado, ministros e membros do seu gabinete, o Chefe de Estado pediu trabalho em equipa, principalmente nos municípios, onde, segundo o Presidente João Lourenço, vão ser direccionados os melhores quadros.
“Queremos bons quadros nos municípios, agora, antes da implantação do poder autárquico, e depois do momento em que for implantado”, disse o Presidente da República, sublinhando que é preciso dar vida aos municípios e isso só é possível com bons quadros.
Presidente da República pediu aos vice-governadores trabalho para que no final dos cinco anos de mandato merecer o troféu daquele que está autorizado a atribuí-lo: o povo angolano
“Não basta pormos recursos financeiros à disposição dos municípios, mas precisamos, sobretudo de recursos humanos, os quadros”, disse, para acrescentar que o objectivo é fazer com que, nos próximos anos, os municípios representem um quadro bem diferente do actual e que “possamos resolver, então, o principal problema do povo no município e não a nível central ou provincial”.
Tal como fez com os governadores provinciais, João Lourenço lembrou que uma das principais tarefas do mandato é a criação das condições para, voluntariamente, transferir parte dos poderes para os municípios, justificando que a vida dos cidadãos faz-se nos municípios.
Na altura João Lourenço afirmou que, no que respeita ao poder local, que Angola tem uma grande extensão territorial e os problemas das pessoas, das famílias, das comunidades e empresas não podem ficar apenas à espera de decisões que são tomadas na capital, muitas vezes descurando as especificidades de cada região.
Poder autárquico
“Vamos por isso, no decurso deste mandato, proceder à implantação progressiva das autarquias, reforçando e aprofundando assim a auto- nomia e o controlo local sobre a execução de políticas públicas”, disse na altura, acrescentando que é preciso apostar na desconcentração administrativa e financeira, alargando progressivamente as competências das administrações municipais e comunais, iniciando assim a desejada transferência de competências para órgãos eleitos mais próximos dos cidadãos para promover o desenvolvimento comunitário e local.
Mais trabalho
Na hora do juramento, os vice-governadores também assumiram o compromisso de combater a corrupção e o nepotismo e, ao mesmo tempo, absterem-se de práticas que lesem os interesses do Estado, sob pena de serem responsabilizados civil e criminalmente.
Depois de pedir disciplina e responsabilidade aos empossados, o Presidente da República recorreu ao futebol para afirmar que a equipa tem já o onze inicial para enfrentar o jogo. Por isso, pediu trabalho para que no final dos cinco anos merecer o troféu daquele que está autorizado a atribuí-lo: o povo angolano. “Isso vai acontecer com muito trabalho, muita disciplina, perseverança e espírito de equipa”, disse o Presidente da República, que pediu aos empossados para serem o cajado em que os governadores se vão apoiar no seu trabalho de desenvolverem as províncias.
“Tudo depende da nossa determinação”, acrescentou João Lourenço, afirmando que, apesar da equipa estar completa, as portas não se fecham para os quadros nacionais, pois o Executivo vai precisar de bons quadros para os municípios. “Ainda há espaço para os bons quadros que não couberam nesta equipa que acabamos de constituir”, disse o Presidente da República, garantindo que o mais importante continua a ser resolver os problemas do povo e que é responsabilidade da equipa ministerial a construção de uma Angola próspera e democrática, com paz e justiça social.