Os cargos públicos e a diversidade de ideias
Há sinais no país de que se pretende inaugurar uma nova era de responsabilização efectiva de todos os que assumem cargos públicos, erigindo-se deles um bom desempenho e a prestação regular de contas sobre a sua actividade.
Os servidores do Estado têm a responsabilidade de servir o interesse público, pelo que se justifica que eles tenham de trabalhar no sentido da satisfação das necessidades dos cidadãos, zelando pela prestação de um bom serviço público.
Os servidores do Estado são nomeados para trabalhar em prol do bem-estar das comunidades e devem ser incansáveis na sua actividade, devendo ser persistentes, quando estiverem perante os problemas que lhes são colocados e que têm de resolver. Os problemas não devem ser adiados. Tem de se acabar com o hábito de se engavetar problemas que afectam os cidadãos.
Só os que estão de facto animados pela vontade de servir os cidadãos devem ser merecedores de ocupar cargos públicos. Não faz sentido insistir na nomeação para cargos públicos de pessoas que só se preocupam com os seus interesses pessoais ou de grupo, mostrando-se insensíveis às preocupações das populações.
Só deve ocupar cargos públicos quem merece e quem dá garantias de que é um bom cidadão e um patriota e trabalhador, que dê provas de humanismo e que esteja comprometido com a defesa dos interesses dos cidadãos e da justiça, e não aqueles que passam a vida a fomentar intrigas e que usam a mentira para conseguir benefícios, enganando os que têm a responsabilidade de tomar decisões.
Há muitos angolanos com capacidade técnica e profissional e idoneidade moral para ajudar o país a combater uma série de situações negativas na sociedade. É necessário que se passe a escolher para cargos públicos as pessoas que são realmente honestas e que não estão preocupadas em enriquecer rápida e ilicitamente, lesando o erário, e consequentemente, os cidadãos.
Corrigir o que está mal vai implicar reformas ao nível dos critérios de selecção de quadros para a assunção de cargos públicos. Muitos dos erros cometidos no passado deveram-se ao facto de se insistir na nomeação ao longo de vários anos de pessoas que mostraram não estar interessados na promoção do bem comum.
Os problemas aí estão e não vale a pena passarmos a vida a chorar sobre o leite derramado. Importa agora arregaçar as mangas para mudarmos o actual quadro. O processo de correcção do que está mal tem de abranger medidas no domínio da gestão dos recursos humanos, na perspectiva de se escolherem os melhores para cargos públicos.
Os nossos melhores quadros devem ser acarinhados e devem ter a oportunidade de dar a sua contribuição ao crescimento e ao desenvolvimento do país. Não é justo que se afastem quadros nacionais competentes só porque proferiu esta ou aquela crítica à actuação de um órgão do Estado. As autoridades devem valorizar a diversidade de ideias.
A diversidade de ide ias pode ajudar grandemente na resolução de muitos dos nossos problemas. A crítica não deve ser vista como um mal. O Presidente da República, João Lourenço, incentivou os cidadãos a debater os problemas do país. Num debate há naturalmente muitos pontos de vista e, no confronto de ideias, podemos avançar para as melhores soluções para os problemas.
Somos um país democrático e a democracia implica diversidade de opiniões. É preciso acabar com atitudes que promovem a exclusão de angolanos, em virtude das suas opiniões. Todos os angolanos devem ter a possibilidade de ajudar Angola a ser um país em que o pluralismo de ideias seja uma realidade e não fique apenas plasmado na Constituição e nas leis ordinárias.
É preciso acabar com atitudes que promovem a exclusão de angolanos, em virtude das suas opiniões. Todos os angolanos devem ter a possibilidade de ajudar Angola a ser um país em que o pluralismo de ideias seja uma realidade e não fique apenas plasmado na Constituição e nas leis ordinárias