Palestina acusa Israel de “anexar” a cidade
A liderança palestina denunciou o projecto do Governo de Israel de colocar as povoações na Cisjordânia ocupada sob a jurisdição de Jerusalém, numa iniciativa vista como uma anexação e um passo adiante para o fim de uma solução de dois Estados.
Yoav Kisch, um membro do Likud do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse na quarta-feira que uma comissão do governo pode aprovar um texto chamado “Lei sobre a grande Jerusalém”. O projecto de lei coloca sob a jurisdição do município israelitas de Jerusalém os blocos de assentamentos ao sul e a leste da cidade, na Cisjordânia, um território palestino ocupado pelo Exército israelita há 50 anos. Se a comissão, formada por ministros, adoptar o projecto, abre caminho para um debate no Parlamento. Hanan Ashraui, líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), bem como a organização anti-colonização Paz Agora, denunciaram uma anexação de facto de terras localizadas no território palestino.
O projecto visa perpetuar a ocupação israelita, legalizar a presença de colonos extremistas judeus em solo palestino e concluir a separação entre Jerusalém Oriental, o lado palestino de Jerusalém, anexado por Israel e a Cisjordânia, afirmou Ashraui, na quarta-feira à noite num comunicado.
Os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado que aspiram. “Isso representa o fim de uma solução de dois Estados”, disse Ashraui.