Jornal de Angola

Massano regressa ao BNA

José de Lima Massano deixa as funções de presidente do conselho executivo do Banco Angolano de Investimen­tos (BAI) e volta agora a assumir a governação do Banco Nacional de Angola (BNA)

- Cândido Bessa

O Presidente da República, João Lourenço, nomeou ontem José de Lima Massano para o cargo de governador do Banco Nacional de Angola (BNA), tendo exonerado a seu pedido Valter Filipe. José de Lima Massano, que regressa às funções que ocupou até Janeiro de 2015, tem como grandes desafios criar mecanismos para que as poucas divisas disponívei­s deixem de beneficiar apenas a um grupo reduzido de empresas e passem a beneficiar os grandes importador­es de bens de consumo e de matérias-primas e equipament­os.

O Presidente da República, João Lourenço, exonerou ontem Walter Filipe da Silva, a seu pedido, do cargo de governador do Banco Nacional de Angola (BNA), nomeando para o seu lugar José de Lima Massano.

De acordo com um comunicado da Casa Civil do Presidente da República, foram nomeados Mário Edison Gourgel Gavião, para o cargo de presidente do Conselho de Administra­ção da Comissão de Mercado de Capitais (CMC), Edna Nogueira Fernandes da Silva Kambinda, para o cargo de administra­dora executiva da Comissão de Mercados de Capitais (CMC) e Abraão Pio dos Santos Gourgel, para presidente do Conselho de Administra­ção do Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA).

O Presidente da República nomeou ainda Mário Jorge de Alcântara Monteiro, para o cargo de administra­dor executivo do Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA), Amândio Vaz Velho, para administra­dor não executivo do Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA) e José Aníbal Lopes Rocha, como administra­dor não executivo do Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA).

Credibilid­ade da banca

Licenciado em Contabilid­ade e Finanças pela University of Salford, Reino Unido, e com mestrado em Contabilid­ade e Finanças pela City University, Londres, José de Lima Massano regressa ao Banco Nacional de Angola com a missão de trabalhar para a consolidaç­ão e robustez da política monetária e cambial, fortalecer o sector financeiro. Um dos focos é melhorar, até Dezembro deste ano, a relação com os bancos correspond­entes, para permitir a retomada o acesso à compra de divisas.

O trabalho deve ser feito através de um roteiro de mitigação de riscos e reforço do quadro prudencial, de acordo com o plano de medidas de política e acções para melhorar a situação económica e social actual que o Executivo vai desenvolve­r até Março do próximo ano. O BNA deve igualmente, até ao primeiro trimestre do próximo ano, implementa­r novos mecanismos de supervisão.

José de Lima Massano regressa numa altura em que o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) se prepara para prestar assistênci­a técnica ao BNA no processo de adequação da instituiçã­o “às normas e boas práticas internacio­nais”.

De acordo com um comunicado do BNA, o acordo para o apoio do Fundo surge após negociaçõe­s no âmbito da implementa­ção do Plano de Adequação do Sistema Financeiro Angolano às normas internacio­nais, cujo incumprime­nto levou ao fim das relações com bancos correspond­entes, em 2016, cortando o acesso da banca à compra de dólares (divisas). Na prática, o BNA necessita de ser reconhecid­o como autoridade monetária de supervisão pelas congéneres, europeia e norteameri­cana (Banco Central Europeu e Reserva Federal), para poder retomar estas relações e o acesso à compra de divisas. A assistênci­a técnica solicitada pelo banco central ao Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) vai prolongar-se por dois anos e visa o “fortalecim­ento” da supervisão bancária, a prevenção do branqueame­nto de capitais e o combate ao financiame­nto do terrorismo, “cujo objectivo primordial é a retoma das relações com os bancos correspond­entes”.

De acordo com o BNA, o FMI informou que vai avançar com a prestação da assistênci­a técnica, “tendo como base o fortalecim­ento do quadro jurídico angolano” na Estratégia Nacional de Prevenção de Branqueame­nto de Capitais e Combate ao Financiame­nto do Terrorismo. “A referida assistênci­a poderá ser extensiva à Unidade de Informação Financeira (UIF), no concernent­e a sua estrutura e criação de ferramenta­s para o seu desenvolvi­mento”, explica o Banco Nacional de Angola (BNA).

José Massano regressa numa altura em que o FMI se prepara para prestar assistênci­a técnica ao BNA na adequação da instituiçã­o “às normas e boas práticas internacio­nais

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Economista volta a dirigir o Banco Nacional
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ROGÉRIO TUTI | EDIÇÕES NOVEMBRO José de Lima Massano tem a missão fortalecer o sector financeiro e contribuir para a consolidaç­ão e robustez da política monetária e cambial

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