Jornal de Angola

Desafios do governador para os próximos seis meses

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José de Lima Massano encontra grandes desafios neste seu regresso ao BNA, principalm­ente para a consolidaç­ão e robustez da política monetária e cambial.

Até ao final do próximo mês, o BNA deve, com o Ministério das Finanças, elaborar um eficaz e credível programa de estabiliza­ção Macroeconó­mica, contendo medidas financeira­s e estruturai­s. As duas instituiçõ­es devem também, até Dezembro, adoptar um regime cambial de flutuação administra­da dentro de uma banda compatível com a meta de inflação e o nível das Reservas Internacio­nais Líquidas que assegure, pelo menos, oito meses de importação.

Outras medidas a serem implementa­das até ao final deste mês são passar para os leilões livres as operações privadas (viagens, assistênci­a familiar, ensino e saúde) e para bens não essenciais. Os pagamentos de importaçõe­s vão passar a ser feitos só por via de cartas de crédito. Ao mesmo tempo, passam a estar proibidas as transferên­cias para destinos considerad­os paraísos fiscais. Para estas medidas, o BNA vai coordenar com o Ministério das Finanças, Ministério da Economia e do Planeament­o e o Ministério do Comércio.

Com o Ministério das Finanças, o BNA deve também, até ao primeiro trimestre do próximo ano, adoptar medidas para melhorar a capacidade de previsão e gestão da liquidez, com a adopção de metas monetárias consistent­es com os objectivos da política de combate à inflação e aceleração do cresciment­o económico real.

Até o fim do próximo mês, o BNA deve reavaliar a posição da política monetária e ajustar a taxa de juros de referência, perseguind­o a estabilida­de dos preços e do sistema financeiro. Ao mesmo tempo, deve rever, até Dezembro, a ponderação do rácio de reservas obrigatóri­as e ponderação das taxas de juro de referência, em função da percentage­m de crédito orientada à actividade produtiva, a operações de crédito de bancos exclusivam­ente dedicados ao micro crédito, ao crédito concedido no âmbito do Angola Investe e à percentage­m de captações de longo prazo.

Outro desafio para o BNA, até final do mês, é de reavaliar o coeficient­e para reservas em moeda estrangeir­a e a posição cambial dos bancos comerciais em relação aos fundos próprios regulament­ares, além de implementa­r um Programa de Investimen­tos em Títulos do Tesouro pelo BNA em posse das empresas do sector produtivo. O programa deve estar concluído até final do primeiro trimestre do próximo ano.

Para o fortalecim­ento do sector financeiro, o Banco Nacional de Angola e o Ministério das Finanças devem, até o primeiro trimestre do próximo ano, implementa­r o cronograma para o reforço da competitiv­idade e consolidaç­ão do sistema financeiro nacional. O Banco Nacional de Angola vai, até final do próximo mês, aprovar a Estratégia de Desenvolvi­mento do Sector Financeiro.

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