Sindicato dos Jornalistas alarga filiação
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) alargou ontem o âmbito de filiação na organização outros profissionais que concorrem para o exercício da actividade jornalística, designadamente paginadores, revisores, anotadores, produtores, iluminotécnicos, sonoplastas, legendadores, realizadores, editores de imagem, arquivistas e misturadores.
Reunido em assembleia geral extraordinária, no Centro de Formação de Jornalistas (Cefojor), em Luanda, destinada à revisão dos Estatutos, o SJA actualizou a quota a ser paga pelos membros em 1 por cento sobre o salário base, ficando contudo tal disposição suspensa até à celebração do Acordo Colectivo de Trabalho. Enquanto durar a suspensão, os delegados fixaram a quota em 1.000 kz (mil kwanzas).
O secretário geral do Sindicato dos Jornalistas, Teixeira Cândido, disse que a organização está a trabalhar no sentido de, no próximo ano, apresentar aos órgãos competentes o contrato colectivo de trabalho, com vista a salvaguardar o bemestar dos profissionais da comunicação social.
De acordo com o sindicalista, “torna-se urgente que os profissionais da comunicação social sejam protegidos, quer do ponto de vista profissional com a avaliação das carreiras, quer humano onde seja salvaguardada a reforma dos mesmos”.
Teixeira Cândido frisou que muitos profissionais que se encontram nos órgãos de comunicação social estão há mais de dez anos sem o aumento dos seus salários, não se registando qualquer promoção, facto que periga a sua aposentação.
“Muitos jornalistas estão a abandonar a profissão devido ao pouco incentivo e aos baixos salários que são praticados em muitos órgãos de comunicação social, e para contrapor vamos, no próximo ano, propor às autoridades competentes dois tipos de contrato colectivo de trabalho, um para os órgãos públicos e outro para os privados”, referiu Teixeira Cândido, que se mostrou agastado por muitos núcleos provinciais do sindicato já terem ultrapassado o período dos seus mandatos, mas que se recusam a realizar assembleias de renovação de mandatos. Sob o lema “Experiências do Ensino de Saúde Pública no Departamento de Ensino e Investigação de Saúde Pública da Faculdade de Medicina nos últimos 40 anos”, decorreu sexta-feira, na Aula Magna da Faculdade de Medicina, um simpósio cheio de importantes recomendações.
O simpósio permitiu uma reflexão sobre as razões sociais, políticas e económicas que levaram à introdução, no curriculum do Curso de Medicina, do ensino da Medicina de Unidades, que permite uma visão holística do binómio saúde/doença.
Durante o simpósio, entre as várias recomendações, destacou-se a necessidade de “criar nos estudantes a atitude de trabalhar com a comunidade e não de trabalhar apenas para o indivíduo doente”, razão que levou o Departamento de Ensino e Investigação (DEI) de Saúde Pública a criar, desde 1977, áreas de estágio, onde os estudantes permanecem cerca de 10 semanas sob orientação dos docentes e onde é possível proporcionar ao estudante a aprendizagem das técnicas de saúde pública, segundo o princípio “Aprender Fazendo”.
Nos painéis do simpósio, apresentados por docentes e alunos, percorreu-se a evolução do conteúdo da grelha curricular que redefiniu as temáticas e a carga horária das unidades de ensino de Introdução à Saúde Pública, Demografia, Metodologia Estatística, Epidemiologia, Administração, Metodologia de Investigação, entre outros temas exaustivamente analisados.
Com a presença de mais de 300 alunos, associações da sociedade civil, representantes das igrejas e de partidos políticos, bem como dos patrocinadores, o dia ficou marcado também por dois actos simbólicos mas de grande valor para a Faculdade de Medicina.
Foi apresentado um filme recordando todos os que no Departamento de Ensino e Investigação de Saúde Pública deram a sua contribuição, docentes e trabalhadores, como a projecção das suas imagens e a homenagem feita à pioneira da Saúde Pública naquela instituição, a Professora Teresa Cohen, a quem foi entregue um galardão e a quem, em coro, toda a sala aclamou de pé e disse em vivas palmas “ela merece, ela merece”.
Cohen emocionou-se com a surpresa dos colegas e alunos e o abraço à actual chefe do Departamento de Ensino e Investigação (DEI), Dra. Tazi Nimi, e à Dra. António Castelo, fez correr muitas lágrimas de alegria pelo dever cumprido.