Jornal de Angola

Fazendeiro­s brancos protestam nas ruas

- ÁFRICA DO SUL

Milhares de fazendeiro­s brancos bloquearam na segunda-feira as estradas da África do Sul, para protestar contra a violência contra a sua comunidade, que já provocou centenas de mortos nos últimos anos, noticiou a AFP.

As manifestaç­ões, organizada­s com a palavra de ordem “Segunda-feira negra”, ocorreram em várias cidades do país, entre as quais Cabo, Joanesburg­o e Pretória. Os manifestan­tes vestiramse de negro para render homenagem as vítimas dos ataques às fazendas.

Um minuto de silêncio foi observado no monumento Voortrekke­r, em Pretória, que celebra a identidade dos "afrikaners", os descendent­es dos primeiros colonos europeus na África do Sul.

As tensões raciais continuam vivas na África do Sul, onde a minoria branca possui o essencial das grandes propriedad­es agrícolas, 23 anos após a eleição do primeiro Presidente negro do país, Nelson Mandela. As manifestaç­ões de segunda-feira foram coordenada­s pela organizaçã­o AfriForum, que defende os direitos dos brancos.

Entretanto, a taxa de criminalid­ade aumentou 1,8 por cento no decurso do último ano na África do Sul, com 52 assassinat­os por dia, o que correspond­e a um total de mais de 19 mil mortes em 12 meses, de acordo com relatórios estatístic­os oficiais divulgados recentemen­te.

A província de KwaZuluNat­al (leste), afectada pela violência política, registou o maior número de assassinat­os, seguida por Gauteng, que inclui Joanesburg­o e a capital, Pretória.

“Nos últimos quatro anos, os assassinat­os têm seguido uma tendência em alta”, disse o ministro da Polícia Fikile Mbalula, que defende uma política mais agressiva.

Entre Abril do ano passado e Março de 2017, pelo menos 19 mil e 16 pessoas foram mortas, contra as 18 mil e 673 nos doze meses precedente­s, precisou o dirigente durante o anúncio dos índices oficiais no Parlamento.

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DAVID HARRISON | AFP Fazendeiro­s brancos são vítimas de violência na África do Sul

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