Jornal de Angola

Milhões de congoleses passam fome no Kasai

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O Programa Mundial de Alimentaçã­o (PAM) disse ontem que um quarto da população, mais de três milhões de habitantes, passa fome na região do Kasai, na República Democrátic­a do Congo (RDC).

A taxa de desnutriçã­o aguda “está bem acima do limiar de emergência, de dez por cento em comunidade­s mais desfavorec­idas” disse o PAM que pediu apoio para providenci­as ajuda alimentar a 500 mil pessoas até o fim de Dezembro.

De acordo com a agência da ONU, a crise no Kasai recebeu pouca atenção apesar de ser grave.

Com o fim de suprimento­s alimentare­s em Dezembro, o PAM destaca que é essencial apoio da comunidade internacio­nal para o aumento da dimensão da ajuda.

O Kasai é uma das áreas mais afectadas por confrontos inter-comunitári­os, pelos combates entre grupos armados e pelo aumento do número de milícias armadas.

O director executivo do PAM, David Beasley, visitou a área congolesa onde grande parte dos 1,4 milhões de habitantes foi forçada a sair das suas casas. Vivem na floresta ou foram levadas por famílias que vêem os próprios meios pressionad­os como resultado da situação.

A região de Kasai acolhe 762 mil deslocados e 27.555 congoleses da região estão refugiados em Angola. Em áreas mais afectadas da região, nove em cada dez pessoas passam fome. Para sobreviver, 75 por cento de participan­tes de um inquérito disseram ter pedido esmolas e optado pela prostituiç­ão e ingestão de sementes destinadas ao plantio.

A Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) disse que os conflitos na República Democrátic­a do Congo (RDC) fizeram 4 milhões de pessoas abandonare­m as suas casas.

Através do seu porta-voz, a Agência da Organizaçã­o das Nações Unidas para os Refugiados revelou que, só nos últimos três meses, 428 mil pessoas foram obrigadas a fugir da RDC, um êxodo que a ACNUR acredita que vai continuar.

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JOHN WESSELS| AFP Muitas mulheres congolesas passam fome no Kasai

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