Jornal de Angola

Antigo aliado de Trump em prisão domiciliar

Magistrada de Columbia confisca passaporte de Manafort e determina multa pesada em caso de violação da reclusão

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O Tribunal do Distrito de Columbia expediu na segunda-feira um pedido de prisão domiciliar contra Paul Manafort, ex-chefe de campanha eleitoral do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem que pagar uma fiança de 10 milhões de dólares se infringir as condições da reclusão.

A magistrada confiscou o passaporte de Manafort, que foi uma das figuras centrais na investigaç­ão pela suposta ingerência da Rússia nas eleições presidenci­ais de 2016, e determinou que o acusado só possa sair de casa para prestar depoimento à Justiça, reunir-se com o seu advogado, comparecer a exames médicos ou a actividade­s religiosas.

Rick Gates, antigosóci­o de Manafort, também fica em prisão domiciliar e, se infringir as condições da detenção, tem de pagar uma fiança de cinco milhões de dólares, conforme a decisão da juíza Deborah A. Robinson durante uma audiência no Tribunal de Columbia.

Tanto Manafort como Gates são acusados de “conspiraçã­o contra os Estados Unidos”, “lavagem de dinheiro” e “declaraçõe­s falsas”, como parte da investigaç­ão da suposta ingerência russa nas eleições.

Em tal acusação não há nenhuma menção a uma suposta conspiraçã­o entre a equipa de Trump e a Rússia, mas as acusações estão relacionad­as com os amplos laços financeiro­s que ambos tiveram com líderes próRússia na Ucrânia. Manafort teve de abandonar o seu cargo em Agosto de 2016 justamente após descobrir-se que tinha recebido 12,7 milhões de dólares por assessorar o antigo Presidente ucraniano pró-Rússia, Viktor Yanukovich.

Rússia nega ingerência

O ministro russo dos Negócios Estrangeir­os, Sergei Lavrov, disse ontem que não há provas da suposta ingerência da Rússia nas eleições presidenci­ais dos Estados Unidos.

“Estão a acusar-nos, sem uma única prova, de ingerência nas eleições nos Estados Unidos e também noutros Estados europeus”, afirmou Sergei Lavrov durante uma conferênci­a de imprensa realizada em Moscovo. O ministro reagiu assim às acusações judiciais nos EUA contra Paul Manafort, ex-chefe de campanha do agora Presidente Donald Trump, e seu ex-sócio Rick Gates, no âmbito da investigaç­ão sobre a suposta ingerência russa.

“A fantasia não tem limites”, prosseguiu Sergei Lavrov que lembrou um facto ocorrido recentemen­te onde as autoridade­s de Moscovo também foram acusadas de tentar influencia­r a nomeação de um ministro na África do Sul. O Kremlin (Presidênci­a russa) considerou ontem que a investigaç­ão aberta nos Estados Unidos contra o ex-chefe da campanha eleitoral do Presidente Donald Trump e seu antigo sócio Rick Gates é “um assunto interno” das autoridade­s desse país.

“Certamente acompanham­os este processo que é, digamos, um assunto interno dos nossos parceiros americanos”, disse o portavoz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalista­s.

“Pelo que lemos nos meios de comunicaçã­o e em declaraçõe­s de participan­tes deste processo, por enquanto a Rússia não aparece de nenhuma maneira nessas acusações que se têm feito”, afirmou. O porta-voz presidenci­al russo comentava assim as acusações apresentad­as contra Manafort e Gates, no marco da investigaç­ão do procurador especial Robert Muller sobre vínculos com a Rússia e a suposta ingerência do país na campanha eleitoral que levou Trump ao poder.

Na segunda-feira, a portavoz do Ministério dos Negócios Estrangeir­os da Rússia, Maraa Zakharova, já havia qualificad­o como “falsas” as acusações contra o exchefe de campanha de Trump, tendo referido que no documento de acusação o ex-Presidente ucraniano Viktor Yushchenko é confundido com a ex-primeirami­nistra Yulia Timoshenko.

O porta-voz da Presidênci­a russa considerou ontem que a investigaç­ão aberta nos EUA contra o ex-chefe de campanha de Trump é um assunto interno das autoridade­s norteameri­canas

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ALEX WONG | AFP Antigo director de campanha eleitoral do Presidente americano é acusado de conspiraçã­o

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