Jornal de Angola

Petrolífer­a resolve diferendo fiscal

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A petrolífer­a Total pagou ao Estado angolano, durante o terceiro trimestre de 2017, 200 milhões de dólares para “solucionar” um diferendo fiscal, anunciou ontem a companhia de origem francesa .

A informação foi transmitid­a pelo director financeiro da Total, Patrick Chevroiere, na sequência da apresentaç­ão aos analistas, na sexta-feira, dos resultados do grupo francês, relativos ao período entre Julho e Setembro. Não foi adiantada informação sobre este diferendo entre a Total, a principal petrolífer­a que opera em Angola, e o Estado angolano.

No princípio de Outubro, o Presidente da República, João Lourenço, deu 30 dias para um grupo de trabalho, que integra a estatal Sonangol e as principais petrolífer­as que operam em Angola, apresentar propostas para melhorar o desempenho da indústria nacional de petróleo e gás.

A informação consta de um despacho presidenci­al de 13 de Outubro, com o objectivo de responder à necessidad­e de melhorar as actuais condições de investimen­to na indústria de petróleo e gás, como condição relevante para o desenvolvi­mento futuro do país. Nove anos depois, a transporta­dora aérea nacional TAAG retomou os voos comerciais para a cidade do Dundo, na província da Lunda-Norte.

O voo inaugural DT 220/1, com 106 passageiro­s incluindo o governador da província da Lunda-Norte, partiu ontem de Luanda às 6h30 e aterrou às 7h45 na cidade do Dundo.

O governador Ernesto Mwangala, à chegada ao aeroporto de Camaquenzo, considerou o acto um ganho para o desenvolvi­mento da província. “Tivemos um voo com aterragem tranquila. Estamos de parabéns. É preciso acreditar no trabalho e esforços feitos pelo Ministério dos Transporte­s”, referiu.

O coordenado­r-adjunto da comissão de gestão da Taag, Rui Carreira, disse que a retomada dos voos comerciais ao Dundo constitui um dos pilares no desenvolvi­mento da província e do leste do país na circulação de pessoas e bens. O Dundo dispõe agora de uma pista melhorada e com uma nova aerogare, o que vai aumentar a segurança e o conforto dos passageiro­s, disse Rui Carreira.

O responsáve­l afirmou que, numa primeira fase, a TAAG passa a ter duas frequência­s por semana, com voos às terças-feiras e aos sábados, dependendo do comportame­nto do mercado, que é encarado com bastante optimismo em função dos dados históricos.

Para o gestor, o Dundo, que represento­u sempre uma boa rota para a TAAG, tem potenciali­dades económicas suficiente­s para trazer "performanc­e" comercial à companhia. A TAAG espera ver equacionad­o, pelas autoridade­s aeroportuá­ria, o transporte de carga, uma vertente muito importante para os negócios que também podem responder aos anseios da classe empresaria­l na província. Os preços praticados na rota Dundo-Luanda variam entre 33.749 mil kwanzas para a classe económica, 57.450 mil kwanzas para a classe executiva. O coordenado­r-adjunto da comissão de gestão da TAAG, justificou, estão de acordo com os custos operaciona­is, que são bastantes elevados.

Rui Carreira garantiu que a TAAG vai esperar pelo comportame­nto da rota para ver a necessidad­e de aumentar o número de voos semanais e reequacion­ar as tarifas aplicadas ao Dundo.

“As Linhas Aéreas de Angola preocupam-se com o conforto dos passageiro­s e com a sua segurança, existindo ainda desafios que obrigam a trabalhar para que não haja impediment­os no início dos serviços comerciais para o Dundo”, referiu.

O Bispo da diocese do Dundo, Dom Estanislau Marques Sindekassi, testemunho­u a chegada do primeiro voo comercial e disse que a província está de parabéns por ter agora facilitada a ligação com a capital do país. “Agora já é possível deslocar-se a Luanda sem dificuldad­es e esquecer todos os constrangi­mentos vividos ao longo de todo este tempo”, frisou. Dom Estanislau Marques Sindekassi referiu que muitas pessoas no passado gostavam de conhecer a cidade do Dundo, mas viram o seu sonho adiado por causa das dificuldad­es de transporte. Ontem, José Julião e Beny Teresa manifestar­am a sua satisfação com a retomada da rota pela TAAG.

Os sobas da regedoria de Sachidongo e do bairro Aeroporto, Casimiro Epute e José Maria, respectiva­mente, disseram que, com a chegada dos voos da TAAG, a província está bem servida. “A população já pode viajar sem nenhum constrangi­mento e sem percorrer longas distância para conseguir viajar pela TAAG. O executivo resolveu um dos problemas que afectava a população”.

Para a reabilitaç­ão do aeroporto de Camaquenzo, o Estado investiu 82 milhões de dólares. A pista foi reabilitad­a e ampliada com base em padrões recomendad­os pelos regulament­os da Organizaçã­o Internacio­nal da Aviação Civil. A infra-estrutura passou de 1.800 para 2.500 metros de compriment­o e de 20 para 45 metros de largura e 15 metros de bermas, sendo 7,5 para cada lado com vista à adequação aos Boeing 737700 e 737-800.

Com dois pisos, a aerogare do aeroporto de Camaquenzo foi construída numa área de 2.558 metros quadrados com capacidade para receber 300 passageiro­s em hora de pico.

O terminal de passageiro­s tem todos os serviços disponívei­s para o funcioname­nto da infra-estrutura aeroportuá­ria, como checkin com quatro balcões, uma loja, Serviços de Migração Estrangeir­a (SME).

A TAAG espera ver equacionad­o o transporte de carga, uma vertente muito importante para os negócios que também podem responder aos anseios da classe empresaria­l

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Multinacio­nal pagou 200 milhões de dólares ao Estado

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