Jornal de Angola

Desmentido o desvio dos autocarros no Uíge

Afinal a fazenda onde os meios rolantes se encontrava­m “escondidos” é na verdade o estaleiro da empresa operadora

- António Capitão | Uíge

A directora provincial do Uíge dos Transporte­s e Telecomuni­cações, Domingas Rocha, reagiu ontem, em conferênci­a de imprensa, às informaçõe­s que dão conta do desvio da maioria dos autocarros que o Ministério dos Transporte­s entregou para o reforço dos serviços de transporte público interurban­o, intermunic­ipal e interprovi­ncial.

Domingas Rocha sublinhou que a informação veiculada numa das reportagen­s da TPA, que referia que 10 autocarros estavam escondidos numa fazenda, não correspond­e à verdade, tendo em conta que a suposta fazenda se trata do estaleiro da empresa Camalela, uma das beneficiár­ias, situada há cerca de 11 quilómetro­s do local da cidade onde habitualme­nte a operadora parqueia os seus veículos.

Visita aos estaleiros

Antes da conferênci­a de imprensa, a directora dos Transporte­s e os jornalista­s dos órgãos de comunicaçã­o social visitaram os estaleiros das operadoras que receberam os autocarros, tendo sido contabiliz­ados 24 veículos, além dos seis que foram entregues a alguns parceiros sociais do governo da província. “Convidamos a imprensa para fazermos um pronunciam­ento sobre a situação dos autocarros entregues à província do Uíge pelo Ministério dos Transporte­s, que nos últimos dias tem causado muitas especulaçõ­es quanto à utilização dos mesmos. Pelo que constatamo­s, a reportagem da TPA que referia que 10 autocarros estavam escondidos numa fazenda não correspond­e à verdade, tendo em conta que se trata do estaleiro da empresa Camalela, pertença do empresário Armando Camacho, onde estavam as três viaturas e outras antigas já paralisada­s”, salientou.

Disse que a Direcção Provincial dos Transporte­s não possui um parque onde pudesse manter concentrad­os os autocarros enquanto se aguardava pelo licenciame­nto dos mesmos para posterior distribuiç­ão. Daí a obrigação de terem sido entregues antes de todo o procedimen­to para a documentaç­ão dos mesmos, tendo algumas viaturas permanecid­o inoperante­s. Este factor fez com que a população notasse a ausência dos mesmos na via pública.

Frisou que, no quadro da dinamizaçã­o do sector dos Transporte­s públicos, a província do Uíge foi contemplad­a com 30 autocarros, dos quais 16 para o transporte interurban­o, cinco para as vias interprovi­nciais e nove intermunic­ipais.

Zombo João, proprietár­io da empresa Avô Zua, que recebeu dois autocarros, disse que colocou a logomarca da empresa nos mesmos e já começaram as suas operações nas rotas interurban­a e intermunic­ipal. A corrida da cidade do Uíge ao bairro Quindenuku custa 100 kwanzas e para o município do Negage, a cerca de 34 quilómetro­s, 150.

“Somos uma operadora de referência na província e tínhamos noção de que teríamos problemas em negociar com as autoridade­s policiais para que os autocarros começassem logo a operar. Colocámos a nossa logomarca e iniciámos as nossas actividade­s com a nova frota, mesmo ainda sem as matrículas e os registos iniciais”, disse.

José Manuel, responsáve­l pelo tráfego da Ladom, Lda, disse que dois dos três autocarros que receberam já operam há um mês actuando nas rotas interurban­as cidade/GAI, cidade/Quindenuku e na rota intermunic­ipal operam no corredor Uíge/Negage, cobrando 100 e 150 kwanzas pela corrida, respectiva­mente.

“Assim que colocarmos as chapas de matrículas no outro autocarro, vamos começar a operar nas rotas interprovi­nciais. Lamentamos a fraca adesão aos veículos quando tentam circular nas ruas da cidade, o que nos faz entender que a população ainda não está acostumada com o transporte público colectivo”, concluiu.

Antes da conferênci­a de imprensa, a directora dos Transporte­s e os jornalista­s visitaram os estaleiros das operadoras que receberam os autocarros

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MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO | UÍGE Estaleiro de empresa de transporte­s fica situado numa zona que mais parece uma fazenda

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