A espiritualidade está no centro das celebrações aos falecidos
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja Católica dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava.
No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de Novembro, porque 1 de Novembro é a Festa de Todos os Santos. A dou- trina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar a sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,4346), e apoia-se numa prática de quase dois mil anos.
Para alguns estudiosos, o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino, jurídicas e filosóficas dentro da sociedade celta, que acreditavam na continuação da existência depois da morte. Reuniam-se nos lares e não nos cemitérios, no primeiro dia de Novembro, para homenagear e evocar os mortos.
Para os espíritas, visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho, pois segundo consta do “Livro Dos Espíritos”, questão 320, a lembrança dedicada aos desencarnados os sensibiliza. Entretanto, nada há de solene comparando-se aos demais dias. Segundo a Igreja Católica, no Dia dos Finados são celebrados todos os fiéis que já realizaram a sua Páscoa, isto é, “já passaram para a eternidade, plenamente felizes, já estão na Casa do Pai. Todos nós fomos criados para vivermos eternamente a felicidade, amando a Deus e sendo amados por Ele”.