Jornal de Angola

Governo nega combate selectivo à corrupção

Primeiro-ministro voltou ao Parlamento um dia depois de confirmar que há avanços no diálogo com a Renamo

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Oprimeiro- minist r o moçambican­o, Carlos Agostinho do Rosário, voltou airontemao Parla mento Moçambican­o, um dia depois de afirmar aos deputados que os avanços registados no diálogo político entre o Governo e a Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), a principal força política da oposição, para o alcance de uma paz definitiva, “levam a acreditar que vão ser alcançados consensos a breve trecho”.

Carlos Agostinho falava perante o Parlamento no âmbito de uma sessão na qual respondia a questões das bancadas parlamenta­res da Frelimo, Renamo e MDM, com destaque para a corrupção e o diálogo com o partido de Afonso Dhlakama.

Sobre o diálogo com a Renamo, o primeiro-ministro de Moçambique disse que os resultados do diálogo vão permitir a consolidaç­ão do processo de descentral­ização no país. Sublinhou, entretanto, que a materializ­ação dos consensos a serem alcançados não vai assegurar, por si só, uma paz definitiva.

“Esses consensos devem ser complement­ados pela reconcilia­ção, respeito mútuo, tolerância, concórdia e cultura de paz no seio das famílias, das comunidade­s e toda a nação moçambican­a”, disse Carlos Agostinho do Rosário.

Em relação à corrupção, Carlos Agostinho do Rosário disse que o Governo vai continuar a implementa­r a estrat égiaderefo­rmado desenvolvi­mento da administra­ção pública. Tal reforma, afirmou, vai ter enfoque à “obrigatori­edade de cada sector elaborar o seu respectivo plano operaciona­l de prevenção e combate à corrupção, reforço da transparên­cia nos actos administra­tivos, com destaque para a publicitaç­ão dos concursos e de contrataçã­o dos bens, serviços e empreitada­s das obras públicas, e das unidades inspectiva­s e controlo i nterno, para garantir a observânci­a rigorosa do cumpriment­o da lei e divulgação dos casos relacionad­os com os actos de corrupção”.

Sobre a situação económica de Moçambique, o primeiro-ministro afirmou que há recuperaçã­o. A moeda nacional, o metical, estabilizo­u em relação ao dólar, a inflação apresenta uma tendência de redução, situandose actualment­e em 10,8 por cento, e as reservas internacio­nais líquidas são suficiente­s para cobrir seis meses de importação de bens e serviços - excluindo os grandes projectos, afirmou.

O primeiro- ministro acrescento­u que, segundo estimativa­s do Governo, o Produto Interno Bruto deverá crescer 4,7 por cento este ano e 5,3 no próximo, esperando-se que a partir de 2019 o cresciment­o seja de 6 a 7 por cento.

Carlos Agostinho do Rosário esclareceu que, tendo em vista a consolidaç­ão dos ganhos de estabilida­de macroeconó­mica alcançados, vão ser tomadas várias medidas, como o aumento da recol hadereceit­as para o Orçamento de Estado, a racionaliz­ação da despesa pública, a negociação da reestrutur­ação da dívida pública e a reestrutur­ação do sector empresaria­l do Estado.

A corrupção é das questões que mereceu acesos debates durante a sessão.

O deputado da Renamo José Carlos Cruz afirmou que “o Governo finge que combate a corrupção julgando indivíduos envolvidos em casos de pequena corrupção”. A maior força política da oposição voltou a pedir a responsabi­lização dos autores das chamadas dívidas ocultas, contraídas com garantias do Governo sem o conhecimen­to do Parlamento, e sublinhou que existe matéria suficiente para o julgamento do caso.

Em reacção, o ministro da Justiça, Assuntos Constituci­onais e Religiosos Isac Chande nego uqueo Governo esteja a ser selectivo no combate a corrupção. Disse, a propósito, que de Janeiro a Junho deste ano, o Gabinete Central de Combate à Corrupção instaurou 450 processos - que dizem respeito a antigos ministros, presidente­s de conselhos municipais e governador­es de província.

Ministro moçambican­o da Justiça garante haver processos contra embaixador­es e presidente­s de Conselhos de Administra­ção que estão a seguir os seus trâmites

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MONEY SHARMA | AFP Carlos Agostinho do Rosário respondeu a perguntas dos deputados da Renamo e do MDM

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