Jornal de Angola

Início de mau caminho

- Osvaldo Gonçalves

Quer queiram quer não o Mar é o princípio e o fim de todas coisas. Boas e más. Grandes e pequenas. Antes do mar só havia mar e antes disso, nada. Daí que as lambulas sejam mais antigas que a poluição, seja ela qual for: dos pensos higiénicos ou das camisinhas.

Que a mentira é muito antiga já sabemos. Mas não é tanto quanto o Mar. Da humanidade, diz-se que Lucy vagueava quando morreu, há 4,18 mil milhões de anos. Atendo-nos aos lugares de hoje, Lucy deve ter saído para procurar pokémons e não voltou para casa. Os pais saíram em busca dela. Os polícias só 24 horas depois, como mandam os protocolos. Pelo meio, ficaram muitos desacertos: alguns até podem ser cons i derados f alácias ou disse-me-disse. Mas ninguém ligou a isso.

“Se f osse l á f ora da esquadra, cantavas de outra forma, senhor agente”ainda pensou o pai, mas nada fez. O caso já estava entregue às autoridade­s e assim ficou.

Vimos, durante a última campanha eleitoral, muitas vezes a porca a torcer o rabo. Esquerdice­s viverem por um assopro de orelha. Cada um dizia o que lhe ia na real gana.

Como à última crónica pensámos chamar “Receita para um bom casamento” a esta chamamos Início de mau caminho, pois a mentira está tão enraizada que mentir se tornou lugar comum. A questão está mais em termos de mentira dizer e não a quem nem por que.

Antes, dizíamos que só a verdade importava. Mas, com o tempo, achamos que dura menos e é chique. Afinal, a vedade é nua e crua. Mas é sempre verdade. Sem folhas a caírem de árvores imaginária­s, mesmo contra as forças mais elementare­s da física a serem tomadas por um qualquer desenhador cheio em ideias púdicas porque Adão e Eva não podiam ser tomados pela nudez. Eram castos. Mas a Humanidade evoluiu e até o sexo dos anjos já se pode imaginar.

Ao que se sabe Adão e Eva não eram anjos. Faltavam-lhes as asas. Ouviu-se a esquerda lamuriar o liberalism­o e a direita alardear o socialismo. Comunicar era preciso, a gregos e a troianos.

Tal como na crónica que escrevemos na semana passada, a qual pensamos chamar “Receita para um bom casamento”, esta continua filha bastarda da notícia. Não tivesse a revolução acabado de vez com os filhos bastardos, porque antes havia até de mãe, quanto mais de pai...

E antes que a vaca tussa, o nosso melhor agradecime­nto a quem, sem querer, nos tem procurado ensinar o valor das coisas pequenas...

Tal como na crónica que escrevemos na semana passada, a qual pensamos chamar “Receita para um bom casamento”, esta continua filha bastarda da notícia. Não tivesse a revolução acabado de vez com os filhos bastardos, porque antes havia até de mãe, quanto mais de pai...

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