Jornal de Angola

Zuma nega actos de corrupção

Presidente sul-africano discursou no Parlamento a pedido da oposição

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O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, negou quintafeir­a no Parlamento ter recebido subornos ou ter enriquecid­o ilicitamen­te, três semanas depois de a justiça anunciar que vai investigar 783 casos de corrupção que o envolvem.

“Não recebi pagamentos de nenhuma pessoa ou empresa durante o meu exercício no cargo de presidente”, assegurou Jacob Zuma no Parlamento.

A sessão parlamenta­r, solicitada pela oposição, centrou-se sobretudo nos escândalos de corrupção que atingem o presidente, acusado de usar o seu poder para enriquecer de forma ilícita e favorecer empresário­s seus amigos.

Zuma negou liminarmen­te o que apelidou de especulaçõ­es e atribuiu as acusações a manobras da oposição e a sectores da comunicaçã­o social que estão contra o seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).

O debate parlamenta­r foi acalorado, durou várias horas e, no momento em que Zuma defendeu que as suas despesas no cargo estão contemplad­as na lei, os deputados da Aliança Democrátic­a (principal partido da oposição) retiraram-se do recinto em protesto por não receberem uma resposta concreta às perguntas sobre os gastos do presidente.

Em 13 de Outubro passado, o Supremo Tribunal decidiu manter as 783 imputações de corrupção apresentad­as contra Zuma, que haviam sido arquivadas irregularm­ente pela procurador­ia em 2009.

Zuma, que não poderá continuar à frente do seu partido nas próximas eleições, enfrentou com êxito várias moções de censura relacionad­as com os escândalos de corrupção que o rodeiam.

Jacob Zuma negou liminarmen­te o que apelidou de especulaçõ­es e atribuiu as acusações a manobras da oposição e a sectores da comunicaçã­o social

O Presidente sul-africano, de 75 anos, teve de devolver no ano passado, por ordem do Tribunal Constituci­onal, meio milhão de euros devido a dinheiro público que tinha gastado de forma irregular na recuperaçã­o de uma residência privada.

O segundo mandato presidenci­al de Jacob Zuma expira em 2019 e o ANC, no poder desde 1994, deve eleger, em Dezembro, o seu novo líder, que deve se tornar Presidente da República, em caso de vitória do partido nas eleições gerais de 2019. Vários nomes são apontados para a sucessão de Zuma, incluindo o da ex-presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini Zuma e do vice-presidente do ANC, Cyril Ramaphosa.

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RODGER BOSH | AFP Líder do ANC refuta acusações e acusa a comunicaçã­o social

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