Mudança na Endiama visa atrair grandes investidores
A Endiama, importante fonte de receita nacional, juntamente com a Sonangol, tem orientações para melhorar a captação de investidores estrangeiros comercializando com transparência
O Presidente da República, João Lourenço, pediu ontem à nova direcção da Endiama, liderada pelo economista Ganga Júnior, que adopte uma política justa e transparente de comercialização dos diamantes para atrair potenciais investidores. No acto de posse, o Chefe de Estado criticou o estatuto de “clientes preferenciais”, definido anteriormente, para justificar o afastamento dos investidores. No quadro da revitalização do sector dos diamantes, o Presidente da República nomeou ontem Eugénio Pereira Bravo da Rosa para presidir à Empresa de Comercialização de Diamantes (SODIAM), exonerando Beatriz Jacinto António de Sousa. Ainda ontem, foi empossado o presidente do CA da Ferrangol e recomposta a administração do BNA, após a tomada de posse, na segunda-feira, do novo governador, José de Lima Massano.
da República orientou ontem a nova direcção da Endiama, liderada pelo economista Ganga Júnior, a apresentar uma proposta de reorganização de clientes preferenciais dos diamantes angolanos, adoptando uma política justa e transparente de comercialização para atrair investidores e desencorajar e afastar o garimpo.
Ao discursar na cerimónia de tomada de posse dos conselhos de administração do Banco Nacional de Angola (BNA), da Ferrangol e da Endiama, o Chefe de Estado afirmou que é preciso uma política justa e transparente de comercialização de diamantes para atrair investidores e, por outro lado, desencorajar e afastar o garimpo.
“Os diamantes estão aí, precisamos de boa gestão, de boas políticas neste sector dos diamantes, que atraiam os grandes investidores, as multinacionais, de formas que se sintam motivadas a investir no nosso país, a exemplo do que fazem em outras partes do mundo”, disse o Presidente da República, sublinhando que a Endiama, uma das principais empresas públicas do sector produtivo angolano, “se bem gerida pode contribuir de forma significativa para o aumento de receitas para os cofres do Estado”.
“Aproveito esta ocasião para convidar o novo conselho de administração da Endiama a reorganizar a situação dos clientes preferenciais que talvez seja a situação na base da qual está o facto de os investidores se terem afastado do nosso país”, acrescentou o Presidente da República, João Lourenço.
“Convido-vos a reorganizar, com frieza, e a apresentarem-me, proximamente, uma proposta sobre a melhor forma de como tratar deste assunto, que eu sei ser uma questão delicada”, disse o Chefe de Estado, para acrescentar: “é nosso dever trabalharmos no interesse da economia nacional, para que, além do petróleo, os diamantes e outras riquezas do nosso país possam também contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para termos um OGE que seja o maior possível”.
A nova direcção da Endiama, que substitui a anterior liderada por Carlos Sumbula, tem a missão de contribuir para que o país melhore a sua prestação em termos de contribuições fiscais e formação de riqueza interna, como afirmou Ganga Júnior à imprensa logo depois da tomada de posse.
O Executivo prevê no Orçamento Geral do Estado (OGE) para o próximo ano uma produção de nove milhões de quilates de diamantes a um preço de 124,2 dólares por quilate. Os dados são mais optimistas em relação às previsões de 2017, no qual a produção estava estimada em 8.964.100 quilates, a um preço de 115 dólares o quilate.
O Executivo prevê, assim, que a extracção de diamantes, minerais metálicos e outros minerais registe um crescimento de 4,4 por cento, motivado pela produção de diamantes esperada da mina do Luaxe, que tem participação das empresas Endiama e Alrosa, ambas com uma quota de oito por cento cada, a Sociedade Mineira de Catoca (SMC) com 50,5 por cento, a Artcon com 23,3 por cento, a Makakuma com 5,2 por cento e a Kollur com cinco por cento. O Luaxe é o terceiro maior kimberlito (Rocha que contém diamante) do mundo com que a Endiama pretende duplicar a produção de diamantes do país. Na presença do VicePresidente da República, os empossados juraram fidelidade à Nação e comprometeram-se a combater a corrupção e o nepotismo, além de se absterem de práticas e actos que lesem os interesses do Estado, sob pena de serem responsabilizados civil e criminalmente.
No mesmo acto, foram empossados os vice-governadores do Banco Nacional de Angola, membros dos conselhos de administração da Ferrangol, do Banco Nacional de Angola e a secretária adjunta do gabinete do Presidente da República, Avelina Escórcio dos Santos e Santos. Perfil de Ganga Júnior O novo presidente do Conselho de Administração da Endiama, Ganga Júnior, é economista de formação foi durante mais de 20 anos responsável da Sociedade Mineira de Catoca, a maior empresa no subsector diamantífero em Angola, responsável pela extracção de mais de 75 por cento dos diamantes angolanos. Catoca é constituída pela Endiama, Alrosa (Rússia), Lev Leviev International - LLI (China).
O seu trabalho desde a fundação da mina, em 1995, valeu-lhe a distinção de melhor gestor de 2012 na Gala “Prémios Sirius”, organizado pela Consultora internacional Deloitte, iniciativa que visa reconhecer as boas práticas na gestão das empresas e na actuação dos empresários, empreendedores e gestores, além de contribuir para a criação de uma cultura empresarial de excelência. Naquele ano, Catoca teve cinco nomeações em sete categorias do prémio. Antes da nomeação, Ganga Júnior era consultor económico do ministro dos Recursos Minerais e Petróleos.
Administração da Endiama tem a missão de organizar a empresa e o circuito de comercializaçaão para aumentar as contribuições fiscais e formação de riqueza interna de Angola