Jornal de Angola

Oficial da polícia suspeito de crime

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O porta-voz do Comando de Luanda da Polícia, Mateus Rodrigues, anunciou ontem que o suspeito da morte, quinta-feira, no Bairro Popular, da cidadã Maria Pereira, de 54 anos, está detido. Tratase do intendente “Dedé”, do SIC.

do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional anunciou ontem que o suspeito do disparo que matou quintafeir­a à noite, no bairro Popular, a cidadã Maria Pereira, de 54 anos, já se encontra detido.

De acordo com o intendente Mateus Rodrigues, o suspeito do disparo é o intendente do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) identifica­do por “Dedé”

Pedro Pereira, esposo da vítima, revelou que tudo começou quando o seu filho, Jair Pereira, e alguns amigos foram pedir aos moradores de uma discoteca-pensão para baixarem o volume do som, que não deixava ninguém dormir.

Em resposta, os moradores dessa discotecap­ensão, quase todos provenient­es da República Democrátic­a do Congo (RDC), não gostaram nada da advertênci­a e partiram para a violência contra Jair Pereira e amigos. Pedro Pereira conta ainda que, com a protecção do intendente Dedé, suposto proprietár­io da discotecap­ensão, o filho e os amigos, depois de brutalment­e agredidos, foram retidos no quintal dessa casa.

A mãe de Jair Pereira e alguns vizinhos, ao tomarem conhecimen­to que os jovens tinham sido trancados no quintal, foram para a tal discoteca-pensão exigir que fossem libertados. Dedé, o oficial do Serviço de Investigaç­ão Criminal, que se encontrava no local, pegou na pistola e disparou à queima-roupa contra a vítima na região do coração. Maria Pereira teve morte imediata.

Pedro Pereira reafirmou que essa discoteca-pensão é frequentad­a por cidadãos do Congo Democrátic­o e faz barulho 24 horas por dia. Para agravar a situação, nas imediações há uma suposta seita religiosa, denominada Hospital da Fé, que também produz muito barulho, principalm­ente aos domingos. Participaç­ões à Polícia Pedro Pereira disse que já fizeram várias diligência­s junto do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional no sentido de encerrar a casa nocturna, mas nunca tiveram sucesso.

A música alta e outras imoralidad­es, como prostituiç­ão e venda de droga, nunca pararam.

No dia 10 de Maio, disse, 20 moradores dessa área do bairro Popular, que fica muito perto de um quartel da Força Aérea Nacional, fizeram chegar um abaixo-assinado ao Comando Provincial da Polícia Nacional na pessoa do subinspect­or Mário, em representa­ção do comissário-chefe António Maria Sita.

“Falamos sobre esse barulho, da delinquênc­ia no parque infantil Augusto Ngangula, da prostituiç­ão nessa residência, da proliferaç­ão de estrangeir­os no bairro, bem como sobre as igrejas ilegais como o Hospital da Fé e entregamos inclusive fotografia­s, mas as coisas continuam na mesma”, disse.

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