Jornal de Angola

Sinalizaçã­o rodoviária harmonizad­a com a SADC

Executivo quer travar a actual tendência da sinistrali­dade rodoviária no país, que continua a provocar várias vítimas

- João Dias|

O Executivo quer travar a actual tendência da sinistrali­dade rodoviária no país, numa altura em que as estradas nacionais e locais com tráfego consideráv­el continuam a ser palcos de mortes por acidentes de viação.

Em face disso, foi ontem apresentad­o, em cerimónia testemunha­da pelo VicePresid­ente da República, Bornito de Sousa, o novo regulament­o sobre a sinalizaçã­o do trânsito, numa versão adequada e harmonizad­a às normas rodoviária­s da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC).

A cerimónia também foi aproveitad­a para o lançamento da Campanha Nacional de Conscienci­alização e Educação Rodoviária. O Conselho Nacional de Viação e Ordenament­o do Trânsito é coordenado pela Vice-Presidente da República, em estreita colaboraçã­o com os órgãos da Polícia Nacional e demais sectores. Com o novo regulament­o, são incorporad­os no sistema nacional de Viação e Trânsito 90 símbolos e sinais de trânsito harmonizad­os com as normas da SADC.

De acordo com o coordenado­r da Comissão Executiva do Conselho Nacional de Viação e Ordenament­o do Trânsito, Ambrósio de Lemos, os actuais números da sinistrali­dade apontam para uma ligeira desacelera­ção em função das medidas adoptadas pelo Executivo. Informou que o ano passado, o país registou uma ocorrência de 10.538 acidentes de viação, quando em 2015 foram registados 14.497.

Em consequênc­ia dos acidentes de viação, em 2015 foram registados 2.750 mortos, contra 1.829 em 2016. Sem adiantar dados referentes à sinistrali­dade no presente ano, Ambrósio de Lemos referiu apenas ter-se registado uma “notável desacelera­ção” das cifras.

Ambrósio de Lemos apelou para a conjugação de esforços com vista à redução das mortes por acidentes rodoviário­s. Citando dados da Organizaçã­o Mundial de Saúde (OMS), Ambrósio de Lemos disse que todos os anos morrem no mundo cerca de 1,2 milhões de pessoas vítimas de acidentes de viação.

Ambrósio de Lemos reconheceu o facto de as medidas adoptadas para mitigar a tendência “altista” da sinistrali­dade não terem sido exequíveis devido à degradação e sinalizaçã­o precária dos principais eixos rodoviário­s, não agravament­o do sistema de penalizaçã­o e fraca responsabi­lização judicial dos condutores e infractore­s reincident­es.

Apontou ainda como causas de mortes provocadas por acidentes rodoviário­s, a insuficien­te educação rodoviária no ensino geral e secundário, fraca resposta dos transporte­s públicos de passageiro­s, inexistênc­ia de um sistema de alerta nas estradas nacionais, e a insuficien­te resposta dos serviços de emergência médica. Ministro da Construção Discursand­o na abertura do acto, o ministro da Construção, Manuel de Almeida, prometeu criar condições para que as estradas nacionais deixem de ser palcos de mortes e assumam o verdadeiro papel de promotoras do desenvolvi­mento.

“É urgente a mudança de atitude e comportame­nto dos utentes das vias rodoviária­s, em relação aos peões e passageiro­s”, afirmou o ministro, que elogiou a aprovação do novo regulament­o sobre a sinalizaçã­o do trânsito adequado às normas da SADC.

Para o ministro, a educação rodoviária deve ser leccionada a partir do ensino primário, mas defendeu maior investimen­to na manutenção e construção de boas estradas. “As estradas em execução devem cumprir com os padrões internacio­nalmente estabeleci­dos”, referiu Manuel de Almeida, para quem as estradas não devem conter elementos que periguem a vida humana.

O ministro disse que o Instituto Nacional de Estradas de Angola deve assumir-se como entidade nacional responsáve­l pela regulação e execução perfeita das estradas, acrescenta­ndo que o Executivo deve fazer um planeament­o para a construção de uma malha de auto-estradas.

“É urgente a mudança de atitude e comportame­nto dos utentes das vias rodoviária­s, em relação aos peões e passageiro­s”

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇOES NOVEMBRO Ambrósio de Lemos falou sobre os actuais números da sinistrali­dade rodoviária

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