Cimeira mundial apela ao tratamento
Depois de três dias de discussões sobre estratégias globais contra a doença, a segunda Cimeira Mundial sobre as Hepatites, que decorreu em São Paulo, Brasil, solicitou ontem mais prevenção e tratamento para os 52 milhões de crianças que sofrem com a enfermidade.
"As crianças estão a sofrer uma grande carga de hepatite viral e as consequências para a saúde pública são enormes", alertou Raquel Peck, da Aliança Mundial contra a Hepatite, num documento enviado à imprensa. "A maioria dos bebês e crianças infectadas não foi diagnosticada, priorizada ou tratada de forma efetiva", completou, a respeito da doença que mata 1,3 milhão de pessoas por ano.
A hepatite é uma inflamação do fígado causada por um vírus. Há cinco tipos. A hepatite B e a C são responsáveis por mais da metade de todos os novos casos de cancro de fígado, segundo dados da OMS.
Dos 325 milhões de casos confirmados no mundo, 52 milhões são menores de idade, uma quantidade muito superior a de crianças infectadas com o vírus da sida no planeta (2,1 milhões), de acordo com os números divulgados na cimeira.
Transmitida em muitos casos da mãe para o filho, a maioria das crianças sofre com o tipo B, mas os especialistas alertam para o aumento dos diagnósticos infantis de hepatite C, para a qual não existe vacina, cujo avanço preocupa devido à falta de prevenção e programas de controlo para mulheres portadoras e em idade reprodutiva.
Quatro milhões de crianças vivem com hepatite C, que pode ser curada, e 48 milhões com hepatite B, que tem uma vacina. Cerca de 84 por cento dos países oferecem vacinas.