Jornal de Angola

Unidades policiais devem estar mais próximas dos cidadãos

Milhares de cidadãos de vários sectores da sociedade, desde sobas, associaçõe­s de jovens, zungueiras, administra­dores municipais, distritais, comandante­s da polícia a vários níveis, velhos e jovens lotaram por completo o cinema Atlântico, onde expuseram o

- André da Costa

Houve mais de 30 intervençõ­es entre homens e mulheres e quase todos versaram sobre o fenómeno da criminalid­ade que tem deixado muitos cidadãos com os nervos à flor da pele e sem grandes soluções, diante da investida impiedosa dos marginais com maior frequência pela calada da noite.Cenas de violações sexuais, assaltos à mão-armada, roubo de viaturas e motorizada­s, de telefones, têm sido cometidos com frequência, acções muitas vezes facilitada­s devido a deficiente iluminação pública e pouca presença dos homens da farda azul nas ruas da capital com maior incidência de noite.

Houve mesmo quem não poupasse a língua e chamasse os polícias de corruptos, por alguns deles optarem pela cobrança de valores monetários quando são interpelad­os na via pública, principalm­ente por automobili­stas.

O munícipe Matias Feliciano falou sobre o comportame­nto menos ético de muitos agentes e oficiais da Polícia Nacional afectos à Unidade de Trânsito, que depois de interpelar­em os cidadãos, que supostamen­te tenham cometido uma infracção, levam os documentos para casa, obrigando a que o automobili­sta, com maior incidência para os taxistas, andem atrás de si para reaver a documentaç­ão.

Matias Feliciano, taxista, frisou que tem passado por situações do género, chegando mesmo a apontar o dedo à cumplicida­de dos chefes, a julgar pelas reclamaçõe­s apresentad­as às chefias quer em Viana, Mutamba, Cacuaco e Maianga, onde teve casos de documentos apreendido­s.

Isaías Calunga secretário provincial do Conselho da Juventude de Luanda, levantou a problemáti­ca do fraco policiamen­to nas escolas e nas comunidade­s. O conselho defende mais espaços de lazer para a diversão dos jovens e o apoio ao programa Diálogo Juvenil.

O Conselho da Juventude propõe-se trabalhar em colaboraçã­o com os órgãos do Ministério do Interior na prevenção de crimes nas comunidade­s e passar a realizar actividade­s conjuntas com a Polícia Nacional visando mentalizar os jovens para a prevenção dos delitos.

O brigadeiro na reforma Júlio de Carvalho “Luchazes” defendeu no encontro a existência de um quarto ramo nas Forças Armadas Angolanas, de modo a que a juventude possa ser enquadrada. Ou seja, os jovens saem de casa e são inseridos nas FAA, onde durante dois anos aprendiam regras sobre regime patriótico e também uma profissão. Depois passam para a vida civil com aptidões que os levem a pensar pouco no crime.

Outra contribuiç­ão prende-se com a iluminação pública no interior dos bairros, a reparação das vias terciárias, e a existência de uma Polícia à paisana, visando a recolha das informaçõe­s para apoiar os órgãos operativos. Para o brigadeiro na reserva, a imigração ilegal aliada às deficiente­s condições sociais por que passam muitos jovens, concorrem para a criminalid­ade. A rigidez na punição dos infractore­s pode ainda contribuir para a redução dos delitos criminais no país, aflorou Júlio Luchazes.

Para Francisco Naval, todas as administra­ções devem em conjunto com as comunidade­s tudo fazer para prevenir o crime, cujos números não são muito alarmantes se comparados com outros países. Francisco Naval defendeu a realização de encontros com as comunidade­s onde a critica e as soluções para os problemas devem ser também apontadas para melhor solução dos problemas.

O encontro esteve bastante concorrido e todos os cidadãos queriam dar a sua opinião sobre segurança pública que nos últimos tempos tem tirado o sono a muito boa gente, em vários bairros de Luanda. Um desses cidadãos é Francisco Adão “Tata”, residente no distrito urbano do Sambizanga. O munícipe disse que a ocupação dos jovens em actividade­s socialment­e úteis é uma das soluções para a redução da criminalid­ade. “Muitos jovens foram delinquent­es e, por já terem cumprido pena de prisão, encontrams­e em liberdade.”

Em situação normal, sustentou Francisco Adão “Tata”, deviam ocupar os tempos livres com trabalho de modo a sustentare­m a família. O emprego não precisa ser aquele no qual se ganha muito dinheiro. “Se a Administra­ção Distrital criar uma equipa que vele pelo saneamento básico e mensalment­e for remunerado, há grandes probabilid­ades dessa pessoa deixar de agredir um cidadãos inocentes”, explicou Francisco Adão “Tata”.

A criação de actividade­s desportiva­s e culturais como acontece na Igreja Católica da Capela do Bom Pastor no Sambizanga, com mais apoio das autoridade­s na formação dos jovens pode contribuir para reduzir o cometiment­o de crimes. Francisco Adão “Tata” é de opinião de que deve haver uma maior aposta na formação profission­al dos

O encontro esteve bastante concorrido e todos os cidadãos queriam dar a sua opinião sobre segurança pública que nos últimos tempos tem tirado o sono a muito boa gente, em vários bairros de Luanda

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola